Após os quinze minutos de fama
Depois da morte do ET, foi difícil evitar uma revisita ao tema “decadência de celebridades”.
Acompanhei algumas das últimas entrevistas do humorista, que não era humorista, chamado ET, muitas comparações e lembranças vieram a cabeça.
Recentemente, eu cheguei a dizer: “Se a NASA usasse atores para o seu projeto de simulação de pessoas no espaço, seria um sucesso.”
No mundo do entretenimento, as pessoas se cansaram de ver atores, o que vale agora é a realidade. As novelas estão a um passo de perderem o topo das preferências para os realities, mas não são apenas os realities que ameaçam essa hegemonia.
Por mais que as grandes redes queiram evitar, o realismo ganha muita demanda na indústria do entretenimento, apresentadores que falam palavrões, improvisam, apresentam bizarrices.
Encontrar uma forma bizarra de animar o telespectador é sinal de boa audiência.
A quinta maior rede de televisão do Brasil, encontrou um formato certo de audiência, capaz de incomodar a concorrência. Trata-se de um programa chamado Pânico, a melhor amostra do que atrai a audiência hoje-em-dia. O programa é uma mistura de Jackass, para ver quem é mais louco, com entrevistas cheias de improvisos, onde vale tudo até humilhar o entrevistado.
Esse tipo de programa sempre encontra seus personagens famosos, mas eles não são só famosos, são reais. Quanto mais exótica a pessoa, melhor, essa fórmula não é nova, já era muito usada no Nordeste.
O personagem da vez foi ET, assim como tantas outras celebridades que ganharam o país, passando longe dos quinze minutos de fama, como Leila Lopes, que, no mínimo, já tem até uma pequena biografia no Wikipedia, ou Pixote, que apesar de não ter conseguido o tão sonhado sucesso, ganhou até uma filme em homenagem póstuma.
Pouco antes de morrer, o exótico ET, pedia encarecidamente uma chance na TV, depois de der alcançado o sucesso e ser celebridade conhecida em todo o Brasil.
Certa vez, Rodolfo, seu descobridor, depois de vê-lo pela primeira vez, não conseguia mais parar de rir. Como Rodolfo estava com relativo sucesso na tv e via no homem esquisito uma chance que esperava, aproveitou o momento que o destino oferecia a ele. Após a sua morte, Rodolfo afirmou que ET era um humorista, não ele.
Acontece que ET foi um produto dessa geração, onde, quanto menos comum melhor, isso passa a idéia de realidade. O exótico ET era essa figura que a tv buscava, figuras que dominam a tv atualmente.
Como podemos analisar, alcançar o sucesso é fácil, difícil é manter se estranho por muito tempo.
A cantora Madonna é especialista em criar visuais chocantes, capazes de chamar a atenção até de quem nem sabe quem é ela, mesmo assim, seu comportamento é considerado normal para os padrões de hoje.
Algumas pessoas conseguem lidar bem com isso, outras tem sua vida transformadas em tragédia, como foi o caso de Leila Lopez.
O pequeno humorista que talvez tenha morrido sem saber o motivo de tanto sucesso, morreu no dia 02 de fevereiro de 2.010, sem nunca ter voltado aos dias de glória.
A vida não tem um manual, fazemos o melhor que podemos, mas no fim nem sempre somos recompensados por isso. A platéia pode querer mais, pode querer sangue, tragédia, desgraça …
As vezes eles conseguem.
By Jânio
7 Comentários »
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Olá,
Gostei muito do seu artigo!
Já experimentei um pouco de fama e podem ter certeza, isto trás mais incomodos do que benefícios.
Grande Abraço;
Lauro Daniel
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Comentário por Poesias | fevereiro 11, 2010 |
Olá Amigo.
Eu nunca fui famoso, nem rico, mas sei muito bem o que é ser conhecido e a responsabilidade que isso traz, tanto na cidade onde você vive, país, familia, amigos, e, principalmente, inimigos.
Um grande abraço.
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Comentário por icommercepage | fevereiro 11, 2010 |
A fama é para os homens como os cabelos – cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia.
Albert Einstein
Abraços forte
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Comentário por Principe Encantado | fevereiro 11, 2010 |
Olá amigo.
Eu não conhecia essa frase, bem interessante.
A fama é assim mesmo, não nos serve, serve a outrem. O preço que se pagra é muito grande, pelo bem que ela proporciona.
ABS
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Comentário por Jânio | fevereiro 12, 2010 |
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