O início das aparências
Eu nunca fui muito chegado a bailes de rainhas das festas, concursos de beleza, misses ou casamentos de princesas. A ideia das aparências nunca fez o meu tipo.
Eu acho incrível como as mulheres pensam exatamente o contrário. Não há muita diferença de classes, quando uma mulher está numa festa ou baile, elas são poderosas.
A mulher já é educada aos treze anos, enquanto o homem, aos vinte anos, ainda não sabe nem fazer a barba. A sogra tem de estar sempre por perto, para que o menino-moço não fique desamparado.
Quando Leila Lopes morreu, pensei comigo: “Agora ela já não precisa mais dar satisfação de sua vida a ninguém, não precisa mais de dinheiro, nem de amigos e nem da mãe.”
A carta de Leila Lopes foi uma contradição com a vida que ela levava. A vida de aparências definitivamente não é para todos.
Quando eu vi o artigo sobre a leila, “O fim das aparências”, recebendo muitas visitas, eu fiquei me perguntando o que estava ocorrendo. Logo descobri que uma outra Leila Lopes surgia para o mundo, a Miss Universo.
A Miss Universo depende da beleza para ser a melhor, e Leila Lopes é a mulher mais bonita do momento.
Uma Miss tem de representar bem a classe, tem de reinar com uma verdadeira rainha. Perde a liberdade em nome da coroa.
Todos querem ser reis, rainhas, príncipes ou princesas, em suas mentes imaginam que a vida é curta e precisam de uma boa história para contar. Infelizmente, em alguns casos, nem toda a fama e dinheiro do mundo são suficientes para trazer a felicidade.
Apesar dos riscos de se viver uma doce ilusão, as aparências continuam.
By Jânio
As aparências enganam
Talvez ninguém tenha notado, mas o caso do suicídio de Leila Lopes poderia fazer muita gente pensar sobre um problema moderno, que tem se agravado a nível global, a hipocrisia da classe média alta.
Não é muito raro uma pessoa enlouquecer diante dos vários preceitos, costumes, regras e protocolos que regem a hipócrita classe média alta.
Na classe média alta, é muito comum encontrarmos pessoas sem princípios, vampiros sociais dispostos a sugar até a última gota de sangue de sua vítima, a pessoa mais próxima. A televisão funciona quase como um anestésico, para que as pessoas submetidas as situações adversas não sintam dor.
Estão se tornando comum, pessoas usarem a polêmica como ferramenta de marketing, essa ferramenta adquire uma força muito grande, com uma pequena ajuda da internet. Qualquer escândalo é logo analisado por especialistas, acompanhados caso a caso, avaliando a chance de sucesso das pessoas envolvidas; é como se estivessem dinamitando uma mina de diamante, o único problema é calcular a potência dessa bomba e seus efeitos incertos.
Temos testemunhado vários casos de flagras, às vezes forçados, por paparazzi, indivíduos que não tem a menor noção sobre privacidade, basta uma janela aberta para que se criem um escândalo.
Notando o potencial dessa tendência, algumas celebridades tem espalhado seus flagrantes pela internet, o canal número um em divulgações duvidosas, são muitas as celebridades que se deram muito bem com essa super-exposição íntima.
Antes de se expor a uma situação como essa, a pessoa deveria, no mínimo, fazer uma pequena análise psicológica, isso deveria ser feito por parte das empresas que tem interesse na exploração dessa polêmica.
O caso da Bruna Surfistinha, parece um caso clássico de polêmica que deu certo. O alter-ego de Bruna, não tem o menor constrangimento, nem complexo de culpa, sua posição é bem clara. Ela é vítima da sociedade.
Essa tática funciona muito bem, com uma pequena ajuda da mídia, que também se beneficia, ajuda a sugar um pouco o sangue da vítima.
Cláudia Cadilac, Gretchen, Regininha Poltergeist, todas são grandes exemplos de pessoas que conviviam com a sexualidade à flor da pele, portanto, fazer um filme pornô mudou pouco em suas vidas. Todas elas subiram em suas carreiras, ficaram mais conhecidas, ganharam mais dinheiro em final de carreira.
No caso da Leila, o caminho foi inverso, trabalhou nas maiores empresas de sua área, achou que podia lidar com a questão do escândalo. Não conseguiu.
Em caso de suicídios, a hipocrisia impede que a sociedade consiga identificar sua própria culpa, mas ela fica evidente, para quem quer ver. Todas a pessoas mais próximas tem muita culpa. Diante de uma transformação muito grande, na vida de uma pessoa, ela ficará super-exposta, portanto frágil, os sintomas de instabilidade estarão visíveis, para um olhar mais atento.
No caso de Leila, duas hipóteses poderiam ser verificadas:
Primeira : Ela ficaria longe da família, sugerindo uma certa independência, ficando com a parte psicológica toda comprometida, onde as pessoas mais próximas poderiam ser amigas ou fingirem ser, como é comum na classe média alta. Nesse caso, é como se a pessoa tivesse muitos amigos, mas continua sempre sozinha com seus problemas.
Segunda : Nessa hipótese, ela não se afastaria da família, nem dos amigos; continuaria sua vida normal, como se nada tivesse acontecido. Inconscientemente, sua mente estaria no limite da loucura, onde a pessoa pode agir por impulso, em busca de uma saída para sua mente em chamas, havendo sempre a possibilidade de as pessoas mais próximas cobrarem um preço, por estarem ao lado de uma pessoa exposta na mídia.
Em qualquer um dos casos, o desfecho será o mesmo: Uma tragédia.
Leila Lopes já era famosa há muito tempo, não era do primeiro time, mas estava sempre bem próxima a isso. Essa vida a colocou ao lado de muita gente importante.
Quando fez o filme pornô, muita gente se viu incomodada com isso, criticou, a sociedade cobrou um preço.
Se na juventude, isso já é difícil lidar, imaginem aos cinquenta anos, quando o cérebro está mais maduro, geralmente em busca do sentido da vida.
Leila Lopes foi encontrada sozinha, em seu apartamento, em suas cartas, ao seu lado, o último pedido de socorro à última pessoa que ela conseguia lembrar: Deus.
Ao seu lado, antidepressivos mostram como deveria ser sua vida, o veneno de rato completa o cenário de loucura, de ato impulsivo, que poderia ser pensado mil vezes, mesmo assim continuaria sendo impulsivo.
Sua afirmação, de que não se matou, mas que foi em busca de Deus, pode ser facilmente interpretado.
“Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele”
“É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz!”.
Além do texto acima, a atriz afirmava ter sido guerreira, não ter mais objetivos na vida, estar cansada, apesar de ter dinheiro suficiente para viver. Disse que Deus a perdoaria por ter tirado a própria vida e que queria paz.
Os sintomas são bem claros, de instabilidade emocional, seu lado psicológico estava no limite, de acordo com os trechos da carta, divulgado a imprensa.
Ela sempre deixava claro a impossibilidade de conseguir papéis em televisão, ela nunca olhou em baixo da ponte, onde muitas pessoas passam fome, junto com toda a família. Isso mostra que ela sentia necessidade de mostrar uma imagem para a sociedade, imagem que ela manteve até o fim, apesar de suas palavras denunciarem uma mente sofrida.
By Jânio
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