Um homem otimista
Jorge era um homem otimista, gostava de namorar, tinha muitas mulheres e pouca responsabilidade. Muita gente o considerava irresponsável, principalmente suas ex-amantes que tinham dificuldade em criar os filhos, se bem que a paternidade também era uma grande dúvida.
Curiosamente, as ex-amantes e filhos sempre conseguiam acertar a vida de alguma forma, enquanto ele continuava sua vidinha dura de sempre.
Ele era galante e sempre estava a procura de uma mulher bonita, atraente e que lhe interessasse, quase sempre conseguia conquistar seu objeto do desejo.
O tempo passou e Jorge envelheceu, mas ninguém notava, já que ele era muito conservado e aparentava ser um irmão de seus filhos. Entretanto, a vida ia se tornando cada vez mais difícil, já não era tão jovem, apesar das aparências.
Com a vida “cada vez mais devagar” e o tempo cada vez mais acelerado, a ideia de que o mundo um dia poderia acabar, passou-lhe pela primeira vez em sua mente. Jorge, que já conseguia controlar os seus ímpetos, encontrou o seu verdadeiro amor e decidiu construir o seu castelo dos sonhos.
Passava o tempo todo trabalhando e parou de beber, fumar e arriscar a sorte, de fato já encontrara a sua sorte, pensava.
Convidado para conhecer uma igreja, pensou que essa seria a hora de demonstrar ao seu amor o quanto era um bom homem. Agora o seu tempo vago era dedicado às leituras frequentes da Bíblia e à sua companheira.
Todas as pessoas admiravam a mudança radical pela qual aquele homem havia passado e não era raro algumas pessoas demonstrarem inveja.
Quando a sua vida já se encaminhava para as primeiras grandes conquistas, um fato inesperado aconteceu. O homem ao qual Jorge tanto confiava e considerava o seu melhor amigo, traiu a sua confiança.
Descobriu da maneira mais difícil que seu amigo havia fugido com sua esposa.
Perdera a esposa, o amigo e todo o tempo que havia dedicado a sua nova vida. De fato, seu castelo desmoronou, quando alguém lhe disse que sua esposa havia fugido com o pastor de sua igreja.
Agora, ele nem procurava um motivo para o que acontecera, afinal, todo o dinheiro que ele vinha economizando para comprar sua própria casa, perdeu a serventia, sua mulher não reclamou nada que fosse dele.
Pediu dispensa do emprego e decidiu mudar para longe dali, para uma cidade grande. Confiante como era, queria esquecer o mais rápido possível de sua infelicidade, felizmente tinha dinheiro para a mudança.
Já estava morando na cidade grande, mas a idade avançada parecia não ajudar muito. Um dia se perdeu em pensamentos e foi atropelado, levou algum tempo para se recuperar, entretanto, um dos muitos filhos que tivera o ajudou.
Não demorou para que tivesse de voltar para casa, onde encontraria o aconchego de um de seus muitos filhos, que via nele um homem bom, bem longe da opinião dos outros que só viam o homem irresponsável.
Algum tempo depois, o homem otimista morreu, sempre acreditando que viveria muito mais e, em nenhum momento, pensou que iria morrer, nem mesmo depois que já estava morto.
Ele se tornou o fantasma mais otimista do cemitério onde morava. Havia conseguido finalmente o seu castelo, pequeno, mas muito confortável – não precisava mais – pensou.
By Jânio
3 Comentários »
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Oi Janio…que situação …gostei porque prendeu a minha atenção até o final, abçs
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Comentário por Ana Lucia Nicolau | janeiro 20, 2013 |
Olá Ana Lúcia Nicolau:
Num mundo globalizado, ainda há histórias curiosas como essa.
Obrigado pela visita.
ABS
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Comentário por icommercepage | janeiro 20, 2013 |
[…] Leia o original. […]
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Pingback por Um Homem Otimista « Gramofone Lunar | janeiro 21, 2013 |