A duvidosa filosofia da vida moderna
Lembram-se quando eu falei que há, em minha modesta opinião, três níveis de mentira?
O péssimo mentiroso não consegue sustentar a própria mentira, entra em contradição, podendo ser preso ou revelar sua verdadeira falta de caráter. Por outro lado, quem nunca mentiu também é bobo, não dá para viver numa sociedade hipócrita sem manter um mínimo de privacidade: Imposto de Renda, segurança, vendedores inconvenientes, etc.
Como eu disse antes, os mentirosos médios mentem, convencem-se sobre suas próprias mentiras, matando-se de trabalhar para manter o status proporcionado por suas mentiras. Os melhores mentirosos só os membros da PPP, como Maluf, Barbalho, Calheiros, Belinatti, Lerner, banqueiros, mafiosos, etc
No caso dos mentirosos médios, aqueles que acreditam na própria mentira, fazendo-se de vítimas, isso pode virar uma doença. Lembro-me de pelo menos dois filmes, onde a mentira revelava-se como uma grande farsa.
O primeiro que eu destacaria é “O clube da Luta”, um filme violento, polêmico, com um final perturbador. O outro, não me lembro o nome, o protagonista passa a esquecer-se de tudo o que aconteceu nas últimas vinte e quatro horas.
O protagonista sempre acorda com uma amnésia absoluta, com anotações que passa a investigar durante vinte e quatro horas, esquecendo-se de tudo no dia seguinte.
Vivemos assim, essa doença social do dia-a-dia, procurando o sentido da vida. A maioria sequer procura, mergulha-se numa paranoia, tentando esquecer os seus medos mais íntimos.
Um político corrupto pode roubar a vida inteira, mesmo assim, em sua mente, faz-se de vítima. Parece simples, mas como podem pessoas doentes que não entendem os princípios da constituição, serem nomeados autoridades públicas? – Devia ser proibido.
Há um princípio que deixa bem claro que a ética está acima da lei, isso vale para o mundo inteiro, onde o que é certo não seria só a lei, mas sim a consciência da sociedade em determinada época e nível de evolução do pensamento.
Perguntem-me o que o Presidente do STF fez, ao descobrir que um famoso banqueiro – Mister Dantas – estava preso. Eu respondo, seguiu a lei ao pé da letra, libertando o banqueiro imediatamente; aconteceu com Nahas, Cacciola, até o afastamento definitivo do Delegado Protógenes da PF, condenado e quase preso.
Alguém deveria perguntar ao Sr. Gilmar Mendes, qual o sentido da vida.
Ninguém está livre dessa paranoia, as pessoas não conseguem pensar e aceitar que foram “programados” para morrer. Enquanto alguns poucos conseguem vencer a morte, através das ciências, religiões e filosofia, a maioria mergulha numa fuga psicótica através das drogas, busca de objetivos discutíveis, dinheiro, etc.
A psicose funciona como fuga temporária, mas como toda doença, pode ser curada, e quando isso acontece, a pessoa sente que preferia ter continuado louca.
A verdade é dura e dói, pior, todos temos algum tipo de medo. Numa sociedade como a nossa, com dois universos diferentes, o rico não tem medo, tem fobia.
O Medo é muito complexo, pode trazer uma situação que a pessoa não quer lembrar, por isso sua mente desenvolveu o medo como forma de ocultar um fato que a pessoa quer esconder. Nossa mente possibilita isso, nesse caso, ao invés de vencer esse medo, desenvolvemos-o em maior intensidade, como forma de ocultar um passado sombrio e obscuro que deve ser enterrado.
No caso das drogas, só se fala das drogas entorpecentes, mas se esquecem que todo tipo de obsessão pode nos levar às doenças psicológicas: Uma pessoa que trabalha muito, estuda, reza, balada, bar, etc,. Tudo pode ser um tipo de fuga, para evitar lidar com nossa própria condição, em relação à sociedade e a nossa vida.
Os vícios são uma forma de fuga à realidade. Depois que nos tornamos dependentes de jogos, cigarros, bebidas, comida, doces, etc., isso nos faz sentir melhor.
Por trás desses vícios, sempre há alguém pronto para se aproveitar de nossas fraquezas.
O dono do bar está disposto a oferecer a bebida, desde que o alcoólico esteja disposto a pagar, mas será o primeiro a abandoná-lo, quando não tiver mais dinheiro, ou não se lembrar que tem que pagar.
Em nossa região, as operadoras de celular estão oferecendo internet quase de graça. Isso é um convite para que as pessoas comprem mais e mais Iphones, Ipads, Tablets, mas quando chegar a hora, todos serão submetidos a um cartel de preços ou impostos.
Uma famosa empresa de telefonia internacional, recentemente, vendeu sua parte e comprou a parte da concorrência. Eu, é claro, fiquei me perguntando a quantidade de segredos que elas teriam trocado, passando então a confiar entre si, para formar o “grupo”.
A telefonia móvel está combinando o que as pessoas mais gostam, internet e celular. As Redes Sociais e os games podem ser vícios perigosos, mas podem representar uma fuga de uma realidade incompreensível e inaceitável para nossa vida secundária e mal-educada.
Assim como as drogas reconhecidas, as indústrias de remédios oferecem uma filosofia de vida discutível, propiciando um jogo de aparências invejável em determinados “formigueiros sociais”. Temos tudo o que procuramos, vida calma, corpo perfeito, performances invejáveis, só a morte rápida não está especificada na bula.
Podemos fugir de tudo isso e “mimar” nossos filhos, mas, nesse caso, eles não teriam a menor chance de sobreviver na sociedade selvagem de hoje.
O ideal é oferecer a eles riscos e liberdades calculados, acompanhado de uma boa educação informativa, mas, aqui, a tercerização da educação pode ser um grande problema.
By Jânio
9 Comentários »
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O filme do qual vc não se lembrou é “Como se fosse a primeira vez”, em que uma guria tem uma amnésia rara, causada pelo trauma de um acidente, que o cérebro, como mecanismo de proteção, a faz esquecer. Aí, o cara que gosta dela, como sabia que no dia seguinte ela o esqueceria, tem de reconquistar ela todos os dias, pelo resto da vida.
A mentira dentro da mentira, e a verdade dentro da verdade, são doenças psicológicas comuns, quando já não conseguimos temos tempo suficiente para apreender todo o conteúdo de realidades que nos chegam ao cérebro. São como diques, para evitar que uma avalanche nos dissolva e nos tornemos um com a neve. Antigamente, quando se vivia nos campos, tínhamos tempo suficiente para viver um minuto de cada vez, uma preocupação por vez, uma coisa a aprender por vez, uma notícia por noite, uma carta por mês.
Hoje são várias contas por dia, centenas de emails e spams por hora, uma quantidade de coisas que vc tem de estudar pra passar em um concurso pra ganhar 1000 reais por mês (sem descontos), quase dez a vinte notícias negativas em cada noticiário, e por aí vai…
É soda!!
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Comentário por Ebrael Shaddai | fevereiro 8, 2011 |
Olá Ebrael:
É tudo isso que você falou mesmo.
Eu nunca assimilei muito bem essa agitação, esse medo, insegurança, e não sei como eu ainda não enlouqueci, as vezes eu chego duvidar de minha sanidade rs
O filme que você citou e da panterinha Drew Barrymore, e é muito interessante, apesar de ser uma comédia, mas ainda não é esse filme. O filme ao qual eu me referia, eu não queria contar o final, mas ele mata uma pessoa e entra em parafuso, não me lembro se é o seu médico e amigo, que criam o personagem, para dar tempo ao tempo. Ele passa a investigar a si mesmo, o final é de dar dó, um suspense e tanto.
ABS
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Comentário por icommercepage | fevereiro 9, 2011 |
Olá Jânio
O seu texto é muito oportuno e interessante.
Vivemos numa sociedade que assenta na mentira. A mentira está instituída, passou a ser o pão nosso de cada dia, entra nas nossas vidas como uma droga, e nós consumimos a mentira para sofreremos menos com este caos em que vivemos, mas na verdade já não acreditamos em nada.
Abs
Abs
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Comentário por Emilia | fevereiro 8, 2011 |
Olá Emília:
Muito bom seu comentário.
É isso mesmo que você falou. Os problemas dessa nossa mentira pode acarretar em uma doença psicológica que passa a nos atormentas, dando-nos a impressão que os loucos é que são felizes.
ABS
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Comentário por icommercepage | fevereiro 9, 2011 |
Beleza de post, Jãnio. Um retrato da sociedade moderna asentada em fundamentos onde a mentira se instaurou para preserva a própria estrutura social.
O que vale é o ter e não mais o ser. A aparência, o marketing cada vez mais agressivo, viral deixa pouco espaço aos verdadeiros valores. E isso se espalhou pela política, pela sociedade como um todo, na internet e até nas salas de nossas casas.
Grande abraço!
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Comentário por Expedito (profex) | fevereiro 8, 2011 |
Olá Expedito:
Lendo seu comentário, podemos manter as esperanças, sabendo que há pessoas atentas a essas mudanças e dispostas a promover mudanças.
ABS
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Comentário por icommercepage | fevereiro 9, 2011 |
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Pingback por Links da Semana (13/02/11) | fevereiro 13, 2011 |
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