Capitais registram greve de categorias e protestos nesta sexta-feira
Em várias cidades do país, trabalhadores de diversas categorias participam hoje (28) da greve geral convocada pelas centrais sindicais, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Na maioria das cidades, o transporte público – metrô e ônibus – não funcionou e as escolas e agências bancárias estão fechadas. Os manifestantes protestam com bloqueios de vias e rodovias.
São Paulo
Ônibus, trens e a maioria das linhas de metrô estão paradas. Apenas um pequeno trecho da malha metroviária paulistana, a Linha 4 Amarela, que liga a Luz, na área central, até o Butantã, na zona oeste, funcionou durante a manhã. Os serviços do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) voltaram a funcionar parcialmente na capital paulista no início da tarde,
O comércio está funcionando na cidade. E algumas das principais vias da cidade estão bloqueadas por atos de protestos.
As linhas de ônibus urbanos também estão paralisadas e apenas pequenos ônibus coletivos fazem percursos curtos dentro dos bairros periféricos. Na zona sul da capital paulista, diversos passageiros se reuniram no terminal do Grajaú, que não tem ônibus. O mesmo ocorreu na estação Corinthians Itaquera onde os trens do metrô não circularam.
Grupos de manifestantes bloquearam vias da capital paulista, formando barricadas com pneus, que foram queimados. Policiais da tropa de choque da Polícia Militar e bombeiros apagaram focos de incêndio. Alguns pontos da cidade que ficaram bloqueados foram a Avenida 23 de Maio, uma das principais ligações entre o centro e a zona sul, a Avenida Tiradentes, que une a área central à zona norte, e também a Marginal do Tietê na altura do Terminal Rodoviário, além da Avenida Ipiranga, no centro.
Houve bloqueio também no Km 15 da Rodovia Anhanguera e o trânsito foi interrompido. Houve confronto entre policiais e manifestantes. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar a manifestação. Os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos funcionaram normalmente e não houve interrupção dos voos.
Pelo menos 16 pessoas foram presas até as 10h na capital paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) por vários motivos – desde agressão a policiais a atos de vandalismo nas manifestações.
Rio de Janeiro
Manifestantes bloqueiam várias vias da cidade. Segundo o Centro de Operações da prefeitura, há bloqueios na Avenida Radial Oeste, Linha Vermelha, Avenida Dom João VI, Avenida Abelardo Bueno, Via Expressa do Porto e Túnel Marcello Alencar. A cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção às 6h50 por causa dos bloqueios no tráfego.

Manifestantes saíram do Largo do Machado em direção ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, sede do governo estadual, para participar de um ato liderado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio (Muspe). Eles protestam contra a crise financeira no estado, que tem reflexos na prestação dos serviços essenciais à população e atraso no pagamento do salário dos servidores públicos.
Trens e metrô operam normalmente. Os ônibus urbanos funcionam parcialmente, mas segundo a concessionária Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus, a maior parte da frota está nas ruas. Os serviços de BRT de ônibus expressos, como a Transcarioca, a Transoeste e a Transolímpica, também estão funcionando. A concessionária informou que a operação ficou irregular em alguns momentos devido às manifestações.
Sobre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a circulação na Linha 1, que faz ligação entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont, está parcialmente interrompida e os bondes circulam apenas entre a rodoviária e a parada dos museus, na Praça Mauá, zona portuária da cidade. A Linha 2, que faz o trajeto Saara – Praça Quinze, não está operando.
As barcas que fazem a travessia da Baía de Guanabara funcionam parcialmente, devido à um protesto na estação Praça Araribóia, em Niterói. Com isso, o serviço de barcas tradicional, que faz a ligação entre Rio e Niterói, não está operando. Já o serviço expresso feito com os catamarãs, que circulam mais rápido na travessia da Baía de Guanabara, com um preço mais alto, estão funcionando.
A situação na Ponte Rio-Niterói já está normalizada. Mais cedo, manifestantes bloquearam a pista no sentido Rio, pouco depois das 6h. A via ficou totalmente interditada por cerca de uma hora e meia e o tráfego foi normalizado por volta das 8h. No momento, o trânsito é intenso na via. A travessia no sentido Rio é feita em 40 minutos, três vezes mais que o normal, devido a bloqueios em vias da zona portuária da capital.
Na Rodoviária Novo Rio, houve enfrentamento entre a tropa de choque da Polícia Militar e manifestantes, que bloquearam a via expressa do Porto do Rio. Para dispersar os manifestantes, a Polícia Militar usou bombas de efeito moral. Os manifestantes reagiram, atirando pedras e quebraram o vidro traseiro de uma patrulha da PM. Em seguida, a manifestação fechou o acesso junto ao antigo Gasômetro, evitando a passagem dos motoristas em direção à Avenida Francisco Bicalho. O bloqueio foi rápido e a tropa de choque da Polícia Militar dispersou os manifestantes.
As agências bancárias no centro da cidade do Rio de Janeiro estão com as portas fechadas nesta sexta-feira (28). Na Avenida Rio Branco, que tem a maior concentração de agências bancárias na cidade, todas as 27 agências visitadas pela reportagem estavam fechadas.
Cerca de um terço dessas agências estava aberto apenas para uso dos caixas eletrônicos. A maioria estava fechada com grades ou com tapumes e, muitas delas, com grevistas parados em frente às agências.
Segundo o Sindicato dos Bancários, no centro da cidade a adesão à greve é total.
Brasília
Na capital federal, as vias de acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek chegaram a ficar bloqueadas por manifestantes, mas já estão liberadas e o tráfego flui sem problemas. As pistas foram bloqueadas nos dois sentidos por volta das 5h30. Os manifestantes fizeram barreiras, com pneus em chamas. A Polícia Militar chegou a interditar os acessos às pistas até que os bloqueios fossem retirados.

A Inframerica, empresa concessionária que administra o terminal, informou, por meio de comunicado publicado na internet, que, apesar da paralisação, o terminal está operando, mas que podem ocorrer atrasos nos voos. A empresa aconselha aos passageiros consultarem a situação de seus voos com as companhias aéreas antes de se deslocar para o aeroporto. A Inframerica informa ainda que dos 26 voos previstos para o período da 0h às 6h, quatro voos sofreram atrasos acima de 30 minutos e dois foram cancelados.
Os ônibus e o metrô continuam parados. Os rodoviários e metroviários aderiram à greve e vão paralisar por 24 horas. Passageiros estão usando o transporte alternativo, como vans, táxis e veículos particulares para ir ao trabalho.
No Congresso Nacional, a segurança foi reforçada. As visitas guiadas à dependências da Câmara e do Senado estão suspensas há uma semana e continuam proibidas por tempo indeterminado. Desde à meia-noite, o acesso de carro à Esplanada dos Ministérios está fechado. Sé é possível chegar à região a pé ou por vias auxiliares.
Além do gramado em frente ao Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério das Relações Exteriores foram cercados por grades. Muitos ministérios estão com parte das fachadas coberta por tapumes. A Secretaria de Cultura do Distrito Federal informou que a Biblioteca Nacional, o Museu da República, o Centro Cultural Três Poderes e o Memorial dos Povos Indígenas, que ficam na Esplanada, também não abrirão hoje por causa dos protestos.
O governo do Distrito Federal não informou quantos policiais militares atuarão no reforço da segurança, mas muitos do serviço administrativo podem ser acionados para atuar nas principais vias do DF, juntamente com o Batalhão de Choque, a Cavalaria e a Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas). A expectativa é de que ainda hoje, pelo menos 10 mil passem pelo local. Para evitar tumulto, dois cordões de revista pessoal serão montados pela PM nos acessos à Esplanada pela rodoviária do Plano Piloto e pelos anexos dos ministérios. Não será permitido chegar ao local com cabos de bandeiras, sprays, objetos perfurantes ou cortantes, flechas e garrafas de vidro.
O esquema montado para hoje prevê ainda equipes do Batalhão de Trânsito e do Corpo de Bombeiros na área central da capital federal para atender a emergências.
As vias de acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek já estão liberadas e o tráfego flui sem problemas. As pistas foram bloqueadas nos dois sentidos por volta das 5h30. Os manifestantes fizeram barreiras, com pneus em chamas. A Polícia Militar chegou a interditar os acessos às pistas até que os bloqueios fossem retirados.
Paraná
Manifestantes bloquearam rodovias federais no estado. Segundo a Polícia Federal (PRF), na BR 277, em São José dos Pinhais, um grupo de pessoas fez um bloqueio, no km 69, nas imediações da fábrica da Renault, prejudicando o tráfego de veículos.

Em Araucária, a BR 476 foi bloqueada por volta das 8h30 na altura do km 150, em frente à refinaria da Petrobras, causando um engarrafamento de dois quilômetros. Em Mauá da Serra, na BR-376, o bloqueio ocorre no km 295, em frente ao Posto Bambu. Outra interdição ocorre no km 406 da BR-158, em Laranjeiras do Sul. Segundo a PRF, cerca de 200 manifestantes sem terra estão no local.
O transporte público foi interrompido nas maiores cidades do Paraná. Em Curitiba, exames e consultas no Hospital de Clínicas foram cancelados.
Manifestantes marcharam para em direção ao centro cívico, onde fica a sede dos três Poderes. De acordo com a PM, 5 mil pessoas participam do ato. A Força Sindical no estado estima em 20 mil participantes.
Santa Catarina
A BR-116 está com o tráfego interrompido no Km 184, na junção com a BR-470, no município de São Cristóvão do Sul.
De acordo com a concessionária que administra a rodovia, cerca de 500 pessoas, que chegaram em 12 ônibus, bloqueiam a pista.
A previsão dos manifestantes é desobstruir a rodovia por volta das 15h. As equipes da concessionária e a Polícia Rodoviária Federal estão no local orientando o fluxo de veículos.
Porto Velho
Porto Velho está sem ônibus e com escolas e bancos fechados por causa da greve geral. Os manifestantes vão se concentrar na Praça das Três Caixas D’água.
Recife
Na capital pernambucana e na região metropolitana, os ônibus não estão circulando desde o início da manhã.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 30% da frote circule. Os sindicatos dos rodoviários podem ser multados em R$ 100 mil caso a decisão não seja cumprida.
Foram registrados protestos nas BR 232 e 101, que fecharam parte das rodovias. Escolas, agências bancárias, comércio e mercados públicos não abriram.
O aeroporto e as delegacias de plantão da Polícia Civil estão funcionando.
*Com informações das sucursais do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Radioagência Nacional
Fotógrafos são detidos após protesto contra reajuste de tarifa em São Paulo
Dois fotógrafos foram detidos após um protesto promovido (17) pelo Movimento Passe Livre (MPL), no Jardim América, zona oeste da capital paulista. Militantes atearam fogo em pneus, bloqueando a Rua Colômbia, em uma manifestação contra o aumento das tarifas de integração do transporte público. O reajuste havia sido barrado na Justiça, mas passou a valer no último sábado (15), após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os fotógrafos André Lucas, do coletivo Choc Documental, e Gustavo Ferreira de Oliveira, que registravam o ato, foram levados ao 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi, na zona oeste. A Polícia Militar e a Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo não informaram os motivos pelos quais os fotógrafos foram detidos.
A barreira já foi removida do local e o trânsito normalizado. A prefeitura disse que não vai comentar a ação.
Disputa judicial
O valor da integração para quem pega metrô ou trem (administrados pelo governo estadual) e também ônibus (sob responsabilidade municipal) subiu de R$ 5,92 para R$ 6,80. O aumento havia sido impedido pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, sob o argumento de que estabelecia uma política tarifária desigual, punindo os moradores das regiões mais distantes do centro.
Depois de ter negado dois recursos, o governo estadual conseguiu uma decisão favorável concedida pela presidente do STJ, ministra Laurita Vaz.
Protesto de professores em Buenos Aires termina com vários detidos
A polícia da Argentina encerrou ontem (9) uma manifestação de professores em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires. A ação terminou com vários detidos e gerou fortes críticas pela suposta violência aplicada.
Pouco depois do meio-dia, professores tentaram instalar uma tenda branca na praça onde está localizado o Parlamento argentino, com o objetivo de convocar uma mesa de negociação salarial nacional.
Segundo informações do Ministério do Ambiente e Espaço Público, o grupo quis instalar a tenda “sem nenhum tipo de permissão”, causando “atos de infração pelo mau uso do espaço público”. Em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal Télam, os policiais “sugeriram a retirada” da estrutura.
Vídeos publicados em redes sociais e em emissoras de TV locais mostram o confronto entre os agentes e manifestantes, que acusam os policiais de terem lançado gás de pimenta no início do desalojamento. As informações são da agência EFE.
Professores são detidos
O defensor público da Grande Buenos Aires, Alejandro Amor, disse que dois professores foram detidos e “feridos pelas ações repressivas das forças de segurança”, mas que já foram libertados. Além disso, diversos grupos de esquerda e sindicatos criticaram a ação da polícia.
“Um país onde o governo e a polícia agridem os professores é um país sem futuro. Não podem lançar gás de pimenta e reprimir desta maneira. Não é assim que se constrói a pátria”, afirmou, em frente ao Congresso, o secretário do Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Educação da Província de Buenos Aires, Roberto Baradel.
Centrais sindicais e movimentos sociais protestam contra reforma da Previdência
Centrais sindicais e movimentos sociais convocaram para hoje (31) atos em várias cidades do país. Os manifestantes protestam contra a reforma da Previdência, reforma trabslhista e o projeto de lei da terceirização, aprovado pela Câmara dos Deputados e que permite a uma empresa contratar trabalhadores terceirizados para todas as atividades. O projeto aguarda sanção do presidente Michel Temer.
São Paulo
Manifestantes ocupam, desde as 17h30, a Avenida Paulista. O ato teve início por volta das 14h, no vão livre do Masp, onde os professores estaduais decidiram suspender a greve, em assembleia.
Participam do ato químicos, metalúrgicos, professores universitários e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto se juntaram ao ato. O grupo de manifestantes saiu em caminhada, sentido rua da Consolação. Eles carregam faixas pedindo greve geral e a saída do presidente Michel Temer.

Pela manhã, foram realizados protestos menores que alteraram o trânsito, como na Avenida Jacú Pêssego, na saída de São Paulo para a cidade de Mauá. Na Estrada do M’Boi Mirim, na zona sul, manifestantes ocuparam parte da pista e atearam fogo a pneus. As chamas foram apagadas pelos bombeiros e a via liberada.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram, às 15h, na Igreja da Candelária e saíram em passeata, às 18h, pela Avenida Rio Branco, até a Cinelândia. Eles foram apoiados por um caminhão de som, onde se concentram as lideranças políticas, que se alternaram em discursos com críticas às reformas propostas pelo governo federal. O grupo seguiu até as escadarias da Câmara Municipal, quando o caminhão estacionou e deu seguimento ao ato.
Homens do Batalhão de Grandes Eventos acompanham os manifestantes. Até às 19h, o protesto seguia pacífico. Um grupo de estudantes, incluindo alguns mascarados, acompanharam a manifestação, mas evitaram se unir aos sindicalistas, ficando longe do caminhão de som.
Fortaleza
O ato começou na Praça da Bandeira e foi até a Praça do Ferreira. Integrantes de centrais sindicais, organizações da sociedade civil, trabalhadores de diferentes categorias, indígenas e outros segmentos caminharam com faixas, cartazes e bandeiras pedindo a suspensão dos projetos que tratam das reformas da Previdência, trabalhista e que permite a terceirização de mão-de-obra em qualquer atividade.
Vários estudantes participaram do ato. Para o integrante do Movimento RUA, Marcelo Sousa Lima, o ato integra a mobilização feirua por centros e diretórios acadêmicos para sensibilizar os jovens sobre a importância de defender os direitos sociais e pressionar o governo para mudanças das reformas propostas.
“A juventude está perdendo uma série de direitos. Se formos falar em termos de aposentadoria, quem são os maiores prejudicados? A médio e longo prazo, é a grande massa de jovens de hoje. Fora o problema do desemprego. Os quase 13 milhões de desempregados são, sobretudo, jovens – ou estão desempregados ou em péssimas condições de trabalho na dita terceirização”, disse.
Salvador
Na capital baiana, representantes de diversas categorias, centrais sindicais, movimentos sociais e frentes populares se encontraram no Campo da Pólvora, Praça do Fórum Ruy Barbosa, no bairro central de Nazaré. O protesto teve início às 9h, e os manifestantes seguiram pela Avenida Joana Angélica, em direção ao bairro do Barbalho.
Para a médica Mônica Angelim, do movimento Médicos pela Democracia, a terceirização e a reforma da Previdência são “medidas retrógradas, que ameaçam os direitos dos trabalhadores”.
“O povo acordou, está na rua e vai lutar até ver os direitos dos trabalhadores preservados, como garantia de férias, FGTS. Por isso que hoje a classe trabalhadora ganhou as ruas de todo o Brasil contra a terceirização, contra a reforma trabalhista, contra o governo e a favor de uma nova eleição direta”, disse o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Bahia, Cedro Silva. A central foi uma das organizadoras do ato.
A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes. A CUT estimou em cerca de 10 mil pessoas.
* Reportagem Camila Boehm (São Paulo), Vladimir Platonow (Rio de Janeiro), Edwirges Nogueira (Fortaleza) e Sayonara Moreno (Salvador)
Protesto contra Temer em BH
Servidores da educação de Minas Gerais e militantes do Levante Popular da Juventude se uniram na noite de hoje (9) para um protesto contra o governo de Michel Temer no centro de Belo Horizonte. É o segundo ato em menos de uma semana na capital mineira. Na última quarta-feira (7), durante o Dia da Independência, a tradicional manifestação do Grito dos Excluídos também reuniu milhares de pessoas críticas ao processo de impeachment de Dilma Rousseff que levou o político do PMDB ao poder.

Organizadores calculam em 20 mil o número de participantes, enquanto a Polícia Militar informou que não fará estimativa. Servidores de educação de todo o estado fizeram hoje uma paralisação de 24 horas e 2,5 mil deles participaram de uma assembleia na capital, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Depois, eles seguiram em marcha até a Praça Raul Soares, onde aguardaram a chegada de 10 mil jovens de diversas partes do país que participavam do 3º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. O evento ocorria no Mineirinho, na Pampulha, e, de lá, os jovens saíram em passeata chegando à Praça Raul Soares por volta das 19h.
Lindbergh Farias
Com o reforço de outros manifestantes da cidade, os jovens e os servidores da educação juntos se dirigiram até a Praça da Estação, onde encerraram o ato. O senador Lindbergh Farias (PT/RJ) veio a Belo Horizonte para participar do protesto. “Estamos apostando tudo nas mobilizações de rua, porque só assim iremos impedir o retrocesso. O Temer e sua turma pensavam que, afastando definitivamente a Dilma, eles iam aprovar um pacote de medidas contra os trabalhadores sem ter reação popular. Certamente eles estão surpresos. E cada dia eles falam uma barbaridade. Ontem o Ministro do Trabalho falou em aumentar a jornada diária do trabalho para 12h e hoje já teve que pedir desculpa“.
Para o senador, o governo de Michel Temer é frágil. “Se Eduardo Cunha for cassado e resolver fazer uma delação, cai o governo. Não descarto que eles ainda tentem dar o golpe dentro do golpe, que seria chamar uma eleição indireta. Para nós, a saída tem que ser com uma escolha do povo.” Ele disse ainda acreditar que, no domingo (11), o protesto em São Paulo terá mais pessoas do que no último final de semana quando os organizadores estimaram em 100 mil manifestantes. “São Paulo, que foi tão a favor do impeachment no começo desse processo, virou uma espécie de centro da resistência. Tem muita coisa mudando. Agora os domingos são nossos”, disse.
Pautas
A paralisação de 24 horas dos servidores em educação teve como objetivo cobrar do governador Fernando Pimentel compromissos assumidos com a categoria. Eles lançaram também uma campanha pela suspensão de um edital de parceria público-privada lançado no ano passado pelo estado.

“Não achamos que a saída seja a privatização da escola pública. Então a paralisação teve essa tarefa de cobrar do estado as demandas pertinentes à nossa categoria e de denunciar os problemas nacionais que enfrentamos”, disse Beatriz Cerqueira, presidenta estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) e coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais.
Beatriz considera a atual conjuntura para a educação “a pior possível” devido às medidas em discussão no governo de Michel Temer, como o projeto da Escola Sem Partido e o Projeto de Lei 241/16, que congela gastos em saúde e educação por 20 anos.
“Como podemos pensar que o Brasil, que ainda não resolveu seus problemas na educação, vai paralisar seus investimentos na área por duas décadas? Além de não termos avanços nenhum nesse período, teremos retrocessos. Não teremos concursos públicos, salários serão congelados, ou seja, é um momento esquizofrênico. Isso sem falar no aumento do tempo para aposentadoria, que vai afetar todas as categorias”, critica a sindicalista.
Batucada e palavras de ordem
O Levante Popular da Juventude foi responsável por dar criatividade à manifestação. Com muita batucada e diferentes palavras de ordem, eles organizaram várias alas. Entre as intervenções, o jovens encenaram, com grandes bonecos, prisões de Eduardo Cunha e Michel Temer e, ao final, destruíram um pato da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), um dos símbolos dos manifestantes que foram favoráveis ao processo de impeachment de Dilma Rousseff.
“Estamos aqui para dizer fora Temer, pedir diretas já e, ao mesmo tempo, queremos avançar para uma reforma política radical através de uma assembleia constituinte”, disse Thiago Pará, coordenador nacional do Levante Popular da Juventude.
Polícia ataca secundaristas em protestos
A Polícia Militar tentou encerrar o protesto de estudantes secundaristas com bombas de gás lacrimogêneo na região central da capital paulista, na tarde de hoje (6). Os manifestantes pedem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar desvios na merenda escolar, além de protestar contra decisão do governo do estado de determinar como será feita a eleição dos grêmios estudantis.
Os estudantes começaram o ato na Praça da República, em frente a Secretaria Estadual de Educação, chegaram a fechar um trecho da avenida Ipiranga, seguiram pela avenida São João e pegaram a Rio Branco. Durante o trajeto, a polícia deteve um estudante, porque ele usava máscara e estava com uma mochila, segundo a corporação. Após ser revistado, nada foi encontrado e ele foi liberado.
Ainda na Rio Branco, próximo ao Largo do Paissandu, a tropa de choque da PM estava preparada para interromper a manifestação, que seguiu pacífica durante todo o caminho, e não deixou que o grupo seguisse. Os manifestantes tentaram continuar a passeata, mas a polícia jogou bombas de gás lacrimogêneo. Ao menos uma estudante desmaiou devido às bombas e dois ficaram feridos por estilhaços.
Os estudantes correram e gritaram “fascista”, em referência à Polícia Militar. A polícia deteve mais um rapaz e o levaram para a delegacia. Um policial disse à reportagem da Agência Brasil que foi encontrada droga na mochila do manifestante.
Por volta das 17h, os estudantes estavam na esquina das avenidas Rio Branco e Ipiranga tentando voltar com a manifestação de forma pacífica.
Protestos contra Dilma Rousseff reúne milhares de pessoas
As ruas de quase cinquenta cidades foram o palco de protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff nesse domingo. A maior manifestação aconteceu em São Paulo, onde, de acordo com estimativas, cerca de 450.000 pessoas reuniram-se na região da Avenida Paulista, uma das mais importantes da cidade, segundo relatórios da ‘Folha de S. Paulo “. Por sua vez a AFP relata que o protesto reuniu cerca de 1,4 milhão de pessoas, de acordo com o Ministério da Segurança do Estado.
Outra grande manifestação ocorreu no Rio de Janeiro, na região da praia de Copacabana. A mobilização começou às 10 horas da manhã e durou até 15,00, relata o jornal. No centro das exigências está o impeachment da presidente e a prisão do ex-presidente Lula da Silva.
Esta semana, Dilma Rousseff declarou que não iria renunciar a seu cargo, apesar da pressão crescente da oposição e que as petições para sua saída do governo não tem base real. A presidente está à espera de um julgamento político por causa de supostas irregularidades fiscais. Rousseff também defendeu seu predecessor, Luis Inácio Lula da Silva, depois de o Procurador de São Paulo solicitar sua prisão preventiva.
Comentário: O Brasil apresenta um futuro muito obscuro pela frente, pior, comandado por interesses políticos promovidos pela rede de televisão que acabou de queimar seu processo por sonegação de impostos e que comanda a maior organização de empresas laranjas que lideram os grupos mafiosos do país.
Não há nenhum lado correto ou incorreto na história da política do Brasil, desde o nosso descobrimento tudo não passou de uma farsa. Não dá para dizer que não evoluímos, já que conseguimos agregar as mais poderosas ferramentas do mundo ao nosso sistema de controle e manipulação social, como sistemas financeiro, capitalismo, serviço secreto, corporativismo, etc.
É uma ilusão achar que a presidente irá cair através de nosso sistema político, por outro lado, a mala de políticos do maior partido do país, responsável pela maior parte dos políticos aliados, está dividida, metade de um lado e a outra metade de outro. O PMDB já sofreu com divisão no passado, inclusive aquela que deu origem ao próprio PSDB. Mesmo assim, é o PMDB quem de fato governa o país, apesar do PT estar com funções estratégicas. O PT conseguiu acalmar o PMDB por ter cedido cargos importantes politicamente para o partido, como é o caso do cargo de vice presidente ocupado pelo político mais forte do partido, Michel Temer.
O PMDB não quer deixar os privilégios de aliado estratégico do governo, além da possibilidade real de sair com candidato próprio mais forte na próxima eleição para presidente.
Estamos muito próximos de uma eleição para prefeito, mas essa foi totalmente esquecida, já que a máfia midiática não tem nenhum interesse nessa eleição.
Se nenhum dos lados é confiável, por que essa febre nas ruas?
Parece que a mídia continua muito forte, passando mensagens utópicas do tipo: Vamos ser patriotas, vamos mudar o país, etc., ao invés de mostrar a dura realidade da qual eles, a mídia, são os maiores culpados. Até a internet e, principalmente ela, está repetindo mensagens estúpidas da TV, maior problema do país, sem saber para onde pretendem empurrar o nosso destino.
Nos EUA, país que sempre influencia a mídia no Brasil, os extremistas nunca estiveram tão forte. Na Inglaterra, os imigrantes que ganham menos de 1.500 dólares correm o risco de serem deportados. Esse valor livra a cara das maiores agências de intercâmbio do mundo, ou seja, o tráfico humano continua, mesmo que uma parcela seja expulsa.
Crise econômica é assim, abre espaço para o fascismo, nazismo e para a ascensão do Big Brother, o grande irmão que controlará todo o mundo, decretando o fim do pouco que restou da utopia democrática, a farsa do sistema bipartidário.
Comentários by Jânio:
Protestos pelo impeachment da presidente Dilma
01 – Impeachment da presidente Dilma Rousseff
Se eu fosse burguês, classe média alta, eu seria a favor, como eu não sou, faço algumas perguntas para quem participará dos protestos.
Há quanto tempo ocorreram as eleições? Isso não seria contra a democracia?
Quem controla o atual governo? Quem controlava o governo do PSDB? Mudamos de banqueiros para empreiteiras, mas os esquemas continuam os mesmos. O sistema bipartidário não permite uma terceira força, por isso, o terceiro candidato tinha de ser morto. Foi por isso que o PSB sempre hesitou em concorrer nas eleições para presidente. Ciro Gomes não era bobo, falta de apoio já é um aviso: “Não estamos satisfeitos com você!”
O grande perigo agora é que juízes, policiais, procuradores, sejam parciais. Se a mídia já é, haverá muita pressão contra, fazendo com que o pequeno contingente de policiais passe a trabalhar para eles.
Estamos a um passo de uma guerra civil, mas disso os manifestantes já estão a par e é por isso que querem barrar a entrada do SOS Militares (governo militar) nas manifestações. Eles só estão se esquecendo que os militares atuam justamente nessa área, para evitar supostos golpes. Á última tentativa de se evitar um suposto golpe, terminou em uma ditadura.
02 – Redução pela metade do número de ministérios
Eu sou totalmente a favor, já o governo…
Lembrando que o aumento de ministérios foi a princípio uma forma de blindar pessoas importantes do governo. A estratégia não deu certo, já que a mídia estava em peso contra o governo e, em cada escândalo, um ministro pedia demissão. Contudo o aumento de ministros serviu como moeda para negociar apoio com partidos da base aliada do governo.
Até o mensalão surgiu da busca por governabilidade e, nesse caso, havia a compra de apoio em dinheiro.
03 – Fim das fraudes orçamentárias
Pode-se dizer que a aprovação do orçamento também faz parte da governabilidade, por isso, cada político recebe investimentos em seu estado, entretanto, a fraude é um crime grave e demonstra incompetência na negociação política.
Eu acho difícil que o orçamento venha a agradar a todos, mas acho importante lutar pela transparência, desde que isso não seja um golpe para valorizar o apoio corrupto da oposição.
04 – saída do ministro do STF José Dias Toffoli do colegiado que julgará os crimes denunciados pela operação Lava Jato
Eu sou a favor, já que o ministro é ex-advogado do PT, prova disso é que o Juiz do lava jato no Paraná é acusado de ter livrado a cara de parentes do governador Beto Richa, PSDB, da cadeia.
05 – CPI do programa Mais Médicos
Com a vida que os brasileiros levam, nem todos os médicos do mundo resolveriam os nossos problemas. Caso ocorra uma guerra civil, precisaremos de médicos de Cuba, Venezuela, Cruz Vermelha…
O governo de Cuba paga pela formação dos médicos e recebe por isso do governo brasileiro. Essa é uma política de Cuba, eu acho que não devemos interferir.
06 – CPI do BNDES
Esse é o banco que mais rouba dinheiro do governo, mas as empresas são tão ricas que fica difícil lutar contra.
Desde que foi fundado, o BNDES sempre foi uma teta para os governos de direita, e é isso o que eles querem cortar do governo de esquerda.
07 – Ajuste fiscal sem aumento de impostos
É evidente que se for para fazer ajuste fiscal e aumentar os impostos, isso não funcionaria.
Eu acho que enquanto o país for um bordel político, nenhuma reforma será viável. Não se pode esperar que bandidos sejam legisladores para melhorias.
08 – Repúdio ao foro de São Paulo
Se o Foro de São Paulo for o que dizem na imprensa, protestos não irão resolver nada, será preciso pegar nas armas. Só não dá para ficar querendo entender o que são as FARCs, Cuba, Venezuela ou outros governos de esquerda. A China é um governo de esquerda e poderia desqualificar qualquer argumento contra esquerda. A direita precisa tomar cuidado ao fazer esse tipo de discurso. Se a esquerda está no poder agora, é porque pagou mais. Pobres somos como p****, quem pagar mais, leva.
09 – Concessão de asilo político ao venezuelano Leopoldo López
O Brasil precisa parar de interferir em políticas externas, pelo menos enquanto não acertar a nossa política. O Brasil não tem capacidade de resolver os seus próprios problemas e ainda quer resolver problemas alheios. A política bipartidária nunca muda: O governo quer o Battisti da Itália, a oposição quer o Leopoldo López, e o povo quer comida, segurança, saúde, transporte, educação…
10 – Fim das verbas de publicidade estatal
Foi isso que manteve a Globo no poder durante 25 anos e a transformou em terceira maior rede do mundo. E tudo começou com financiamento do governo a grupos estrangeiros.
Lutar contra isso é preciso, principalmente porque não é a direita que está mamando na teta.
Concluindo: Acho que nem é preciso dizer que os protestos são contra os votos de quem votou na presidente Dilma, ou seja, criaram o joguinho bipartidário e agora não sabem jogar, não querem ficar 500 anos esperando pela volta da burguesia ao poder, tempo que eles governaram.
Sugestão: Vamos fazer um protesto contra a ideia do governador Beto Richa de pegar o fundo de garantia de funcionários para cobrir rombos de sua gestão anterior. Podemos fazer protestos também contra o aeroporto de Aécio Neves, máfia do asfalto, máfia do metrô, mensalão de Brasília, privataria tucana, Carlinhos Cachoeira. PC Farias…
By Jânio
Interesses nos protestos do Brasil
Naturalmente, a forma imparcial como a televisão mostrava os atos, dando ênfase aos excessos e deixava o principal objetivo de lado, irritou os manifestantes e deixou também a Rede Globo no alvo secundário dos protestos.
Desta vez foi diferente… ou será que não? A televisão parece seguir outro ditado: “Se você não pode com eles, junte-se a eles”… ou será que não?
Se antes a televisão dava ênfase aos “baderneiros” e “marginais”, deixando os manifestantes de lado, agora a primeira página vai para o inpeachment da presidente Dilma. Será que há interesses por trás disso?
Na última grande manifestação de protestos no país, os blogueiros chamaram a atenção para as semelhanças com a teoria de conspiração que levou ao golpe de 64, quando a Rede Globo manipulava o governo militar, o impeachment de Collor também me veio a cabeça.
Quando Collor caiu, assumiu Itamar Franco; se Dilma fosse derrubada, entraria Michel Temer e a história se repetiria.
Quando Itamar Franco entrou, as ideias revolucionárias e populares de Collor ficaram de lado e o partido camaleão, PMDB, adotou medidas de direita. Quando a direita assume nós sabemos o que acontece: não tivemos mais ideias revolucionárias ou exageradas, por outro lado, PC Farias tornou-se um marco nesse novo sistema. No escândalo de Carlinhos Cachoeira eu notei isso: começou com um ataque do governo em retaliação pelo mensalão, a investigação que deveria parar em Demóstenes Torres voltou-se contra o governo e, quando a situação saiu de controle, atingindo tanto direita quanto esquerda, juízes começaram a abandonar os processos, aterrorizados, e pelo menos um investigador importante, responsável pela prisão de Carlinhos Cachoeira, foi assassinado.
Ao invés de ficarmos incendiando a população com as chamas da revolta, devemos convidá-los a refletir, perguntando o que queremos, justiça e cadeia para os corruptos ou fazer o joguinho bipartidário, saindo da panela para cair no fogo.
Será que alguém sabe há quanto tempo ocorreram as eleições e quem foi o vencedor(a)? Será que alguém sabe que os escândalos citam supostos crimes da presidente antes de seu mandato, portanto contra a lei e levando o eleitor ao papel de tolo, já que esse tipo de notícia deveria ser dado antes da eleição?
As notícias do aeroporto do Aécio foram noticiadas antes e um suposto escândalo contra Dilma levaria Marina Silva a vitória. Quem está sendo feito de bobo nesse joguinho bipartidário? Quais são os interesses? Quem morreu antes da eleição num acidente que poderia ter eliminado o terceiro candidato e o seu vice, fortalecendo o sistema bipartidário?
Por que as histórias sempre se repetem nesse país? Por que nossa memória é tão curta?
By Jânio
Protestos no RJ superam dia histórico
Investigador que prendeu Carlinhos Cachoeira é assassinado
Eu não acredito em teoria da conspiração
Mortes misteriosas de celebridades
MPL contra sindicalistas
“O povo não precisa de nenhuma cartilha, de ninguém falando alto no microfone para dizer o que ele tem que fazer ou não”, disse Mayara Vivian, do Movimento Passe Livre, em referência aos carros de som e às bandeiras usadas pelas centrais sindicais.
“Eu queria perguntar para os companheiros quando eles colocaram 30 mil pessoas nas ruas dessa forma dinâmica, autônoma, com todas as pessoas apoiando”, afirmou Mayara Vivian, ainda se referindo aos sindicalistas.
O Movimento Passe Livre condena modelos “verticais” de organização e luta apenas pela gratuidade da passagem de ônibus e metrô – ou seja, protestos com hierarquias.
O que mais me deixa constrangido na política, é quando a esquerda autêntica, tipo a Rússia, faz uma declaração polêmica e, depois de algum tempo, eu descubro que é verdade. Eu me sinto como se eu estivesse sendo usado por algum pastor canastrão, especializado em frases de efeitos, típicas de lavagem cerebral, como: “Ou você escolhe Deus, ou escolhe S******, não tem meio termo.
A teoria de conspiração da Primavera latino-americana parecia mais um desses muito virais que aparecem o tempo todo na internet, mas essa briga do MPL com os sindicatos chamou-me a atenção.
Eu acho natural que o MPL tenha características de direita, já que o governo federal é de esquerda mas, durante os protestos, eu notei muitos fatos estranhos.
01 – O MPL disse que era apartidário, continua dizendo, mas os manifestantes expulsaram as bandeiras de partido de seu meio, apesar dos partidos terem ajudado na promoção.
02 – O MPL disse que o foca seria as passagens, mas os manifestantes deixaram claro, não é só pela passagem, nem deve. Onde já se viu mobilizar dez milhões de pessoas para conseguir um desconto de dez centavos nas passagens.
03 – O MPL cedeu, agora dizem que precisam aceitar os partidos, já que receberam ajuda deles – nem precisavam dizer.
04 – O MPL conseguiu levar muito mais pessoas as ruas que os sindicados, mas os sindicados criticaram o uso da internet e sentiram na pele a força da rede.
05 – O MPL chamou os sindicalistas de burocratas e disseram que dessa maneira eles não irão conseguiu obter o mesmo sucesso nas ruas.
06 – Os sindicalistas fizeram tudo certo, mas da maneira errada. A vantagem dos sindicalistas é que eles não recuam.
07 – Pessoalmente, eu acredito que os sindicalistas carregam os pecados de terem sido aliados do PT, antes que o PT assumisse o governo, assim como FHC carrega sozinho suas decisões de aderir a globalização e a privatização.
Conclusão: Nenhum dos dois lados parece ideal e o povo é que terá de dar a decisão final, como ocorreu nas manifestações promovidas pelo MPL. Além disso, se os profissionais da área de saúde conseguem reunir tantas pessoas quanto os sindicatos, fica claro que os sindicatos estão precisando reavaliar suas atitudes.
Fonte dos depoimentos: Estadão
Texto: By Jânio
Brasileiros que fazem história
Protestos no Rio superam dia histórico
A televisão quase estragou a festa, mas os brasileiros conseguiram se superar, não só em quantidade, quanto em qualidade. Era inevitável que houvessem confrontos mas, felizmente, não era a população quem corria perigo, era a PPP.
Assim como na Bíblia Judas traiu Jesus Cristo, tentando usá-lo para fazer o povo de Israel se voltar contra o poderoso e cruel Império Romano, alguns manifestantes mais rebeldes perderam o controle, nesse protesto, quebrando tudo o que havia pela frente, um prato cheio para a televisão que está sempre em busca de desgraças.
Ao mostrar os chamados “vândalos”, a televisão se esqueceu dos motivos pelos quais eles estavam revoltados. É muito fácil chamar um grupo de manifestantes revoltados de vândalos, difícil é chamar Renan Calheiros, José Sarney, Sílvio Santos, Roberto Marinho, Antônio Benlinatti, Jaime Lernner, Paulo Maluf, Demóstenes Torres, Ricardo Teixeira e outros, de corruptos e ladrões.
Os manifestantes revoltados procuram por cabeças e para acalmá-los, basta entregar a eles essas cabeças citadas, entre outras, não acho que seja difícil encontrar banqueiros e magnatas que vivem ás custas do governo.
Será que a televisão sabe quantos desses baderneiros perderam irmãos, pais, mães, filhos ou amigos, em portas de hospitais ou com uma tiro de assaltante?
Não, a intensão deles não é só fazer baderna. Se esse fosse o caso, eles sairiam de casa com uma sub-metralhadora, como os bandidos da minha pequena cidade de 35 mil habitantes. Acontece que eles ficam exaltados durante as manifestações, por terem lembranças desagradáveis.
Quando a televisão deixa de mostrar trezentas mil pessoas pacíficas, para mostrar cinquenta ou cem pessoas descontroladas, a televisão está fazendo propaganda política. É por isso que os manifestantes não aceitam a TV por perto, porque eles não mostram a verdade do movimento.
Alguns manifestantes que chegaram com bandeiras de partidos, foram convidados a se retirar, já que a política não era bem-vinda.
O Rio de Janeiro começa a mostrar sua verdadeira beleza, a militância política que esteve por tanto tempo adormecida, e que custou tão caro a sociedade. Se no dia anterior o Rio de Janeiro concentrou quase a metade dos manifestantes das grandes capitais de todo o Brasil, hoje, quinta-feira, 20 de junho de 2.013, a cidade do Rio escreve pela segunda vez consecutiva, o seu nome na verdadeira história do Brasil.
Belém chegou a preocupar, os manifestantes chegaram a encurralar os guardas municipais.
No Rio de Janeiro também houve confronto, mas entre trezentas mil pessoas não dá para evitar isso. Felizmente, tudo foi controlado.
Brasília teve um aumento espetacular desde a última manifestação e, desta vez, foi inevitável um pequeno quebra-quebra.
São Paulo continua além de seu potencial no movimento, mas manteve os números com uma ligeira queda, cinquenta mil pessoas.
Veja alguns números de hoje:
Rio de Janeiro – 300.000 manifestantes
Recife – 50.000
São Paulo – 50.000
Brasília – 30.000
Salvador – 20.000
Porto Alegre – 18.000
Campinas – 15.000
Florianópolis – 15.000
Belo Horizonte – 15.000
Campo Grande – 10.000
Fortaleza – 5.000
Curitiba – 3.500
O movimento está começando a ganhar forças, só precisa atingir as causas dos problemas sociais brasileiros e, a partir daí, começar a discutir os rumos que teremos pela frente.
Protestos no Rio entram para a história
Vereadores proíbem passageiros em pé.
Congressistas mais caros do mundo
By Jânio
Manifestações no Brasil já ultrapassam 200 mil pessoas
O que parecia ser apenas uma manifestação desorganizada, sem nenhuma chance contra os poderosos, adquiriu importância até chegar a centenas de milhares de pessoas, transformando seus participantes em heróis nacionais, inclusive com história para contar para os filhos e netos.
Enquanto todos torciam para que os protestos ocorressem sem violência, parecia quase impossível que não ocorressem confrontos, afinal, as pessoas estão no limite.
Foi o Rio de Janeiro que registrou a maior concentração de manifestantes até agora, cerca de cem mil. Foi o Rio também que registrou o maior confronto do dia, com policiais atirando para o alto como aviso.
O protesto teve como estopim o aumento das passagens mas os próprios manifestantes reconheceram, através de cartazes, que o motivo não era só esse. Só em São Paulo, foram cerca de sessenta mil pessoas.
Outro dado curioso é que, finalmente, o povo conseguiu se livrar do jogo bipartidário, protestando contra todos os partidos, governo e oposição.
As imagens mais curiosas vieram de Brasília, com o povo invadindo a sede do poder, melhor, sem violência. Apesar das imagens, a adesão dos manifestantes em Brasília não foi tão grande.
Depois do rio, com cem mil manifestantes, e São Paulo, com sessenta mil, Belo Horizonte chamou a atenção com cerca de vinte mil pessoas no protesto. Não há dúvida que o nível de educação foi um fator importante nesses números.
A Rede Globo recebeu um recado, mas foi pouco, já que todas as redes de TVs tem relações obscuras com o poder, principalmente o grupo Sílvio Santos.
A mídia tratou o protesto como um fato ocorrido, quando de fato está apenas começando e tudo vai depender das medidas que os governos tomarem em relação ao que está ocorrendo no país.
A manifestação reclamou de tudo: Saúde, transporte, educação, corrupção, etc.
Eu sempre gosto de ressaltar que para uma manifestação como essa ter início, é muito importante que os objetivos e metas sejam estabelecidos antes. Pessoalmente, eu preferia uma manifestação pela cabeça dos corruptos, apesar de os brasileiros preferirem seus interesses imediatos.
Os interesses pessoais não são o mais importante, justamente pelo fato de serem consequências. O que deve ser atacado são as causas dos problemas, daí a importância de se pedir a cabeça dos oligarcas que trabalham para os banqueiros e magnatas.
Eu devo admitir que já tivemos paciência demais, até ver Renan Calheiros voltando a presidência do Senado, ficamos com os nervos a flor da pele.
Com relação ao problema específico das passagens, eu também já venho comentando isso há muito tempo: estamos brigando pelas migalhas, já que o governo só aumenta os impostos, forçando as empresas de ônibus a subir o preço das passagens.
Se as empresas de ônibus não são totalmente inocentes nessa história, a culpa do governo nem é preciso de provas para comprovar.
By Jânio
Os maiores protestos da história
01 – 1.773 – Boston Tea Party não era exatamente uma festa, o abuso de poder do império britânico chegava ao limite. Como os americanos não tinham sequer representante no parlamento britânico, essa questão do monopólio do chá que vinha da Índia, foi apenas o começo da luta pela independência.
02 – 1.930 – Gandhi/Satyagraha – O monopólio britânico na Índia, levaria a um protesto, provocando a prisão de cerca de 80.000 pessoas, pessoas que desafiaram o império.
03 – 1.963 – Duzentas mil pessoas na luta pelos direitos civis nos EUA, com a participação de Martin Luther King Jr, “I Have a Drean” – Eu tenho um sonho. Não houve violência, mas, algum tempo depois, a família Kennedy não seria a única a chorar seus entes queridos.
04 – 1.969 – StoneWall – No Greenwich Village, a máfia cedeu um lugar para os gays e lésbicas beberem e se divertirem, mas quando a polícia invadiu e fechou o local, houve tumultos e confrontos com a polícia em todo o Greenwich Village.
05 – 1.969 – Guerra do Vietnã – Os americanos cobraram caro pelo envolvimento dos EUA no conflito vietnammita. Foram cerca de 500 mil pessoas no maior protesto da história, e essa foi apenas uma parte da manifestação que se espalharia por todo o mundo.
06 – 1.978 – Irã – A praça Shahyad de Teerã seria o início de uma manifestação iraniana que atingiria 10% de todo o país, foi estimado de 6 a 9 milhões de pessoas. O povo pedia a renúncia de xá Mohammed Reza Pahlavi e a volta de Grand Ayatullah Ruhollah Khomeini. O Irã apresentava a sua “democracia” ao mundo.
07 – 1.986 – Corazon Aquino volta às Filipinas, após a morte de seu marido, iniciando uma luta pela verdadeira democracia nas Filipinas.
08 – 1.989 – Quando um rebelde desarmado ficou a frente de um tanque, o mundo inteiro pôde ver o que de fato acontecia na China. Não se sabe muito, mas o pouco que se sabe chocou o mundo inteiro.
09 – 1.989 – Purple Rain – Milhares de ativistas se mobilizaram pela luta contra o apartheid na África do Sul, dias antes das eleições parlamentares. A idéia da polícia usar água com tinta roxa, contra os manifestantes, ficou conhecida no mundo inteiro, só o efeito foi o contrário.
11 – 2.011 – Egito – Os protestos no Egito dão início a uma revolução político-social no Oriente Médio.
Fontes – TIME
Egito dá um belo exemplo de democracia
O Egito mostra para o mundo um grande exemplo de democracia, mas eu já vi esse filme antes, a diferença poderá estar no final que o povo egípcio dará a esse filme da vida real.
O povo egípcio arriscou a vida, durante dezoito dias esteve nessa guerra pela democracia. Sua vontade prevaleceu, o movimento foi um sucesso.
Como dissemos ontem, a inteligência dos EUA foi pega de surpresa, quando autoridades egípcias desligaram a internet e as redes, via celulares, já era tarde.
O governo egípcio entra num período de transição, através dos militares. Essa história é bem conhecida dos brasileiros, só esperamos que os egípcios não esperem cinquenta anos, para darem o próximo passo.
Durante cinquenta anos o povo brasileiro esteve acomodado, nesse tempo, a constituição foi adaptada de acordo com os interesses de cada governo.
Não adianta só mudar o governo, se o povo não continuar participando. A verdadeira lei não é aquela que está na constituição, a verdadeira lei está nas faixas de protestos e reivindicações das pessoas.
Tanto o governo brasileiro, quanto o governo americano, estiveram fazendo “simpatias” para que tudo acabasse bem. Essa foi a declaração do governo, dizendo que via com simpatia o movimento do povo egípcio.
Durante trinta anos, nenhum governo fez nada. O povo egípcio esteve sozinho, e foi assim que o povo promoveu mudanças.
Pelo que eu pude entender, os EUA “doavam” mais de um bilhão de dólares ao ano, em recursos militares, para o governo egípcio, em troca de seu apoio no Oriente Médio, felizmente, esses recursos não foram utilizados contra o povo.
Depois da queda do governo egípcio, todas as contas do ditador foram bloqueadas na Suíça, cinquenta bilhões de dólares – Isso me fez lembrar do Paulo Maluf e da filha do Sarney.
A filha de Sarney poderia ter tido sua candidatura impugnada pelo Ficha Limpa, mas isso se houvesse justiça naquele estado. Depois de eleita democraticamente, não havia como tirá-la de lá.
Não poder tirá-la de lá, apenas em teoria, afinal de contas, em Roraima parece que o STF está agindo. Parece que o STF está avalizando a confederação brasileira à risca, vendo pela ótica do poder, é claro, afinal de contas, em Roraima entra o governo do PT.
É bom deixar bem claro que eu não estou criticando a ação da justiça, critico, sim, a falta dela.
Quando o poder político é mais forte que a justiça, é sinal de ditadura, e a ditadura só vai acabar no Egito, quando o povo eleger o próximo governante.
É bom que o povo egípcio fique atento dessa vez, não é o apoio do governo americano que conta, mas a opinião do mundo inteiro.
Essa globalização da democracia, que teve início quando um homem colocou fogo no próprio corpo, em sinal de protesto contra a corrupção de um fiscal, na Tunísia, vem se espalhando pelo norte da África. Evidentemente que essas informações do mundo vieram pela internet, mas a velocidade em que o movimento foi organizado, isso espantou todo o mundo.
Essa velocidade de organização do movimento egípcio não lembra o Brasil, aqui, tudo é muito devagar, ninguém está muito disposto a arriscar a vida, ou botar fogo no próprio corpo.
No Brasil, eu me espanto é com a velocidade dos políticos, a maneira como eles organizam desvios de dinheiro, financiamentos fraudulentos, e ainda conquistam o apoio da aristocracia.
Definitivamente, o Egito não deve seguir os caminhos do Brasil, talvez deva dar o exemplo para nós, continuar a luta.
Aqui vale a minha velha teoria: “A democracia não emana diretamente do povo, a democracia emana do poder das minorias organizadas e legitimamente constituídas.”
Quanto mais Orgs, ONGs, maior a organização, menor a corrupção. O governo não tem nenhum interesse nisso.
…e tenho dito.
By Jânio
Morre Franklin Brito, venezuelano que fazia greve de fome
A morte de Franklin Brito, agricultor que teve suas terras expropriadas pelo Governo de Hugo Chavez, reacende uma discussão: “Até que ponto um homem deve lutar pelos seus direitos, pela democracia de seu país?
O agricultor fez oito greves de fome em seis anos, fato que o levou a morte, num processo irreversível de seu estado de saúde. Em 2.009, a justiça revogou a decisão de expropriação de suas terras, mas ele reiniciou novamente.
Sua vida foi o preço pago por 290 hectares de terra. seus problemas começaram em 2.003.
Em 2.005 o fazendeiro chegou a costurar a boca, chegando até a cortar um dedo em frente as câmeras de televisão.
A família recuperou as terras em 2.009, mas o fazendeiro recomeçou seus protestos por achar que a indenização não pagava suas perdas, além disso ele afirmava não ter recebido nenhum papel legalizando sua posse.
Hugo Chavez promove uma política a qual o Brasil sempre temeu, antes do golpe de 64. Naquela época, haviam idéias de reforma agrária e outras idéias mais populistas que assombravam a elite brasileira, já que o governo não tinha dinheiro para bancar essa política.
Mais tarde, os mesmos políticos, a mesma sociedade que apoiou a derrubada do poder, passou a opor-se ao regime ao qual tinham apoiado.
A pergunta que eu faço é: Será que o homem deve usar seu próprio corpo para protestar, em defesa de bens materiais?
Há um ditado popular que diz: “Não devemos ser avarentos, pois dessa vida nada se leva.”
Sabemos que devemos lutar pelo nossos direitos, mas tudo tem um limite. Muitas vezes, é preciso pensar no que é mais importante para nossa família, nossa riqueza ou a vida de um pai de família.
Hugo Chavez é esperto e sabe como jogar com a política, já arrumou uma tremenda encrenca para o governo brasileiro e não pensa duas vezes em mudar sua postura, quando a situação fica-lhe desfavorável. Sua vítima preferida era a Colômbia, mas não era nada pessoal não, acontece que a presença dos americanos sempre o incomodava.
O fato de as terras terem sido devolvidas ao agricultor, deveram-se exclusivamente ao fato da possibilidade desse agricultor vir a morrer, o que era bem possível, visto seus atos frente a tv.
Em Direito há um princípio que, para o bem ou para o mal, é constantemente confundido e abre inúmeros precedentes, a supremacia do direito público sobre o direito privado. O que possibilita à um governo a desapropriação de terras em nome de projetos que beneficiem a um número bem maior de pessoas; é claro que, nesse caso, somente o proprietário da terra irá protestar.
Outro detalhe curioso nessa situação, é que as pessoas que condenam o ato, só temem por elas mesmas, para que não venham a sentir na própria pele.
Durante muitos anos, a elite dominou o país mais rico da América do Sul, apoiada pelos Estados unidos. Nessa época, a Venezuela era o símbolo do sonho americano, um sonho que virou pesadelo quando com a chegada de Hugo Chavez ao poder.
Hoje, a bandeira que divulga o modo americano de ser é o Chile, por isso é o país sul-americano mais rico.
O agricultor estava em um hospital militar, contra sua vontade, quando morreu, no dia 30 de agosto de 2.010.
Uma coisa que os brasileiros aprenderam há muito tempo, nunca lutar contra o poder, pelo menos não de frente, sozinho. Aqui, todos nós sabemos quem são os coronéis da política que trabalham para os grandes capitalistas, isso quando os grandes capitalistas não são os próprios políticos.
By Jânio
Tirando a roupa para mudar o mundo
Um tema, para ser polêmico, deve mexer com todos os conceitos médio-burgueses da sociedade, como religião, sexualidade, moral e bons costumes, etc., o que será analisado, inevitavelmente, sob o ponto de vista machista da sociedade.
Como tudo o que envolve a classe média, ela sempre apresenta o pré-julgamento, podendo apresentar ambos juízos, culpado ou inocente.
O caso do pudor é um exemplo disso, nesse caso, se é protagonizado por uma mulher, a sociedade tem um pré-julgamento previsto em lei, se a pessoa envolvida no caso é um homem, o crime apresenta uma visão totalmente diferente do fato. Isso pode até não ter muita importância à princípio, mas pode influenciar e distorcer a verdade, como ela deveria ser.
Vamos partir do pressuposto que qualquer pessoa que cometa um crime, seja doente, isso abriria um precedente para que qualquer pessoa fosse inocente de um crime, expondo a sociedade a toda e qualquer sorte de criminosos, que se aproveitariam dessa brecha na lei. Você pode até ficar espantado, mas isso acontece; há casos em que o criminoso consegue comprovar doença mental, ou o contrário, comprometendo o veredicto.
A nudez expõe essa distorção, colocando em cheque a chamada moral e os bons costumes; novamente, as principais instituições da classe média são colocadas a prova.
Recentemente, um artista ficou nu, sua ideia era ver a reação das pessoas; enquanto, normalmente, a nudez é vista em esculturas, revistas, ou outras formas de comunicação.
A nudez do artista, ao vivo, que não deveria se mexer, passando a mesma ideia, chocou muita gente, mas sem maiores consequências.
Um senhor idoso, veja foto, pensando conhecer a cultura do Brasil, esqueceu-se que o pensamento burguês, aqui, é igual em qualquer parte do mundo. Resultado: acabou preso, ao trocar de roupa em um aeroporto cheio de pessoas.
Primeiro, vamos nos lembrar que um artista, ou qualquer manifestação cultural, sabe o preço e os riscos de seu ato, é preciso que a finalidade fique muito bem definida, ao olhos da sociedade.
Ao longo dos tempos, a nudez é um dos tabus em maior contradição, mesmo assim, não apresenta um consenso em qualquer época que seja. Por isso, vamos nos ater aos fatos mais recentes, que foram presenciados por um maior número de pessoas também.
Logo após a primeira e segunda guerras, outros confrontos ameaçaram uma terceira guerra mundiais. Mesmo com características de guerra civil, o Vietnã e a Coréia mostraram como o mundo se encontrava frágil. Apesar de menos catastrófico, essas guerras provocaram muitas dores e sofrimentos nas pessoas, dos poucos países envolvidos, principalmente os Estados Unidos e a Rússia.
Para curar a paranoia ameaçadora da Guerra Fria, nada melhor que um choque na mente dos brigões. Foi assim que começaram as passeatas de nudistas, protestando contra as guerras, culminando com o festival de Woodstock, onde concentrou-se os manifestantes mais radicais, os roqueiros.
Além do festival de Woodstock, outras manifestações, onde as pessoas se utilizaram da nudez para chocar a sociedade, aconteceram pelo mundo, e no Brasil também. Apesar de, aparentemente, ser um tipo de manifestação de países desenvolvidos, não se espante se um dia der de cara com um monte de gente pelada vindo em sua direção, mas não se esqueça, tem que ter bandeirinha, ou faixas e cartazes na mão, como naquele filme de Charles Chaplin.
Com a chegada da internet, os rebeldes com causa se organizaram rapidamente. Algumas manifestações se formam rapidamente, dissipando-se como começaram. Pode parecer brincadeira de bobo, mas podem acontecer no mundo inteiro, com a ajuda do mais belo exemplo de Marketing viral, via internet.
Assim surgiu a passeata dos ciclistas, para protestar contra o trânsito louco das grandes cidades. No Brasil, só aconteceu em São Paulo, mas as metrópolis do mundo inteiro sentiram a força dessa manifestação.
A última manifestação, da última semana, foi uma brincadeira chamada improvise, onde todos os manifestantes ficavam só de cuecas ou de calcinhas. Segundo os organizadores da passeata, a finalidade era fazer as pessoas rirem; esse era um detalhe importante, fazer uma pessoa rir.
No metrô de Nova York, com um frio muito abaixo do zero, não deixou de chamar a atenção. Detalhe: tanto a manifestação dos ciclistas, quando a manifestação do improvise, deverá acontecer todo ano, ganhando mais adeptos ao longo dos anos.
Uma manifestação bem brasileira aconteceu depois do escândalo da Uniban, mas não foi na Uniban. A manifestação foi na UNB, em Brasília, mas a finalidade era contra a violência sofrida pelas mulheres na faculdade.
Notem que as paranóias, desrespeitos, corrupção e outras anomalias sociais, são o reflexo da própria sociedade. Até a má gestão pública, ou de instituições privadas, reflete a educação, a cultura de um país, mesmo que os maiores responsáveis sejam os executivos dessas instituições, afinal nós demos a educação a eles, além de sermos tolerantes com seus crimes.
By Jânio.
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