Textos proibidos de autores brasileiros
A maioria dos intelectuais tem, entre as suas principais características, o fato de não terem limites, além, é claro, de uma habilidade incrível com as palavras.
Ao longo dos tempos, foram criadas várias formas de disfarçar seus sentimentos e o que eles pensam.
Essas maneiras de falar e de se expressar apavorava a burguesia, aristocracia, ou seja lá como se chame a classe média alta, esses intelectuais sempre foram uma grande ameaça ao jeito hipócrita de ser.
Normalmente as pessoas de sociedade não expressam o que verdadeiramente pensam, todas as palavras são elaboradas minuciosamente para que haja o equilíbrio.
A política sempre foi a área mais sensível, onde essa técnica foi elaborada ao limite, para explicar os crimes e falta de respeito, e justiça, para com as pessoas.
Do outro lado estão as classes marginalizadas como artistas de underground, traficantes, prostitutas, moradores de rua,favelados, etc.
Durante muito tempo pensou-se que marginalidade era sinônimo de falta de cultura, mesmo sem saber o que de fato era cultura, mas isso tem mudado. Hoje, sabemos que há muitas mentes brilhantes do lado de lá, muita gente que tem muito o que ensinar e a mostrar.
Na história do mundo, o conceito sexual sempre foi o mais polêmico e marginal, muitos plebeus e nobres se destacaram pela sua postura pouco ortodoxa de viver e pensar. Nostradamus, Copérnico, Casanova, Marquês de Sade, são vários nomes que desafiaram os conceitos pré-estabelecidos pelo sistema.
No Vaticano, segundo as más línguas haveria uma infinidade de livros proibidos, que não se encaixam aos novos tempos, proibidos de serem vistos. Até os contos populares da idade média, como Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho foram adaptadas, há entretanto uma história que eu diria que vazou pelas garras da censura, a história de Joãozinho e Maria.
Nenhuma área está livre desse controle: artes, educação, cultura, política, religião, tudo está sob a guarda da moral e dos bons costumes.
No Brasil, temos alguns exemplos clássicos de intelectuais que não conseguem toda a liberdade de expressão que gostariam, alguns, ficam no anonimato até a sua morte, outros seguem lutando contra o sistema até se destruírem por completo.
A seguir apresentamos alguns textos que são considerados “malditos” pelo sistemas. Seus autores nunca foram reconhecidos em vida, curiosamente, depois de mortos, seus nomes começaram a figurar entre as maiores celebridades nacionais de todos os tempos.
Raul Seixas, o maluco beleza, nunca se encaixou no sistema, mesmo com a chegada da maturidade ele mostrava uma certa insatisfação com o sistema, mesmo deixando claro que não pagaria o preço exigido pela sua postura.
“Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar…
Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais…
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar…
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais…
Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar…
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais…
Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar”
Raul Seixas
Podemos dizer que Chico Buarque é uma exceção entre os chamados malditos. Politicamente engajado, Chico Buarque era atuante e inteligente suficiente para lidar com sua condição e seu modo de se expressar.
Isso não quer dizer que não tenha enfrentado problemas com isso, mas entre suas obras estão verdadeiros clássicos.
Chico sempre enfrentou o sistema com muita ironia. O sistema mudou, ele não
“Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?
Chico Buarque
Nélson Rodrigues sempre teve habilidade para escrever, e foi assim que criou suas obras clássicas.
Aparentemente inspiradas em casos reais, criava crônicas explicando as personalidades doentias de pessoas ditas normais, mas que na verdade eram estranhas até pelo ponto de vista dos marginalizados.
“Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino).”
O filme e o livro contam a história da família Noronha e, em especial, de Silene. Ela é a caçula das cinco filhas de Aracy e Seu Noronha. Seu Noronha, um contínuo da Câmara de Deputados, mora no Grajaú com a mulher, D. Aracy, e suas filhas Aurora, Hilda, Débora, Arlete e Silene, de apenas 16 anos. Esta, a caçula, é a mais mimada de todas e, por ser a única “pura”, tem o direito a uma boa educação em um colégio interno. Mas logo a vida deles toma um rumo diferente, quando a garota é acusada, no colégio, de matar a pauladas uma gata grávida. A família Noronha parece tão normal quanto qualquer outra, mas, por trás das aparências, esconde segredos inconfessáveis. As quatro filhas mais velhas se prostituem para garantir a castidade e a boa educação de Silene. A partir do incidente ocorrido na escola, descobre-se a jovem não é pura como todos pensam.
– Num adultério, há homens que preferem ser o marido, não o amante. Os homens adoram ser traídos.
– Todo amor é eterno e, se acaba, não era amor.
– Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma.
– No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.
– O Sábado é uma ilusão.
– Aos dezoito anos, o homem não sabe nem como se diz bom-dia a uma mulher. O homem devia nascer com trinta anos feitos.
– O amigo trai na primeira esquina. Ao passo que o inimigo não trai nunca. O inimigo é fiel. O inimigo é o que vai cuspir na cova da gente.
– Toda mulher gosta de apanhar.
– O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento.
– Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos.
– Se cada um conhecesse a intimidade sexual dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.
– Toda unanimidade é burra.
Nelson Rodrigues
Cassandra rios é um caso raro na literatura brasileira, escrevia sobre uma temática pouco convencional, a homossexualidade feminina. Nunca esteve entre os grandes nomes da literatura nacional, nem foi membro da Academia Brasileira de Letras, apesar disso, alguns de seus livros foram adaptados para o, também. marginalizado cinema nacional.
O filme Ariella, além de ser uma obra de arte de Cassandra, também inspirou a carreira de alguns artistas brasileiros.
“Mãos dadas!
Tu e eu!
Sempre de mãos dadas!
Fizemos amor assim!
Sentimos o gozo percorrer nossos corpos
entre arrepios que surgiam
da palma das nossas mãos unidas,
dedos entrelaçados!
Viste, amor! Isso é a eletrostática da
alma!
Aquele arrepio que sentimos,
quando nos olhamos
e quando estremecemos de emoção
só no simples gesto de mãos dadas!
Que extraordinária força
descobrimos em nós
quando vibramos simultaneamente
a esse simples contato.
É a eletricidade da vida que explode em amor!”
Cassandra Rios
Fontes:
Wikipedia
Portal Terra
Crítica e texto: By Jânio
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