Porque pobre só tem direito de morrer
Se eu for profano, que Deus me perdoe, pois sei que ele sempre me entenderá, mesmo quando as palavras me faltarem.
Vendo o luxo e o brega juntos no casamento da princesa Kate Middleton, lembrei-me do casamento da princesa Diana. Enquanto todos choravam pela felicidade dela, eu não sentia nenhuma emoção, até que alguém se atreveu a me perguntar o que eu achava de tanta “beleza”.
– Eu vejo como isso começa, e já sei como vai terminar – Respondi.
A pessoa ficou decepcionada, ela me perguntara, alguns minutos antes, se a princesa seria feliz.
Muita gente amanheceu ao relento, em barracas. Essas pessoas, eu creio, precisam ver a felicidade dos outros, precisam de uma prova “real” de que a felicidade existe, para que sua vida faça sentido.
Isso é irônico, já que a monarquia é tudo o que o mundo não deseja. No Brasil temos rei do futebol, rainha dos baixinhos, rei das pistas, piscinas, laranjas, Panamericano, lotéricas…
A imprensa chega a ser hipócrita ao cobrir um evento de um sistema arcaico que eles nem deveriam considerar.
É tudo aparência – pensei – mas a mesma burguesia que teme esse sistema, sonha com essa tradição ao longo dos séculos.
O casamento com vestido branco na abadia é questão de honra, mesmo tendo os noivos morado juntos e se separado uma vez.
A monarquia mostra um costume milenar, tenta mostrar também que pode ser melhor que os novos tempos. Deixa a certeza de que algumas coisas mudam para nunca mais voltar, outras nunca mudam.
Houve um tempo assim, quando a realeza convivia com o clero e os senhores feudais, na maioria dos países, isso não existe mais. Os senhores feudais deram lugar aos burgueses, mesmo com o clube de bilderberg querendo trazer isso de volta.
A classe média mantém a sociedade em harmonia, onde a classe média alta se identifica com os donos do poder e a classe média baixa se identifica com a classe média alta.
Todos sofrem, mas uma identificação com uma classe inferior, mais sofrida, traria-lhes mais sofrimento ainda.
Para os mais pobres não resta mais nada, nem mesmo o sonho. A maioria assiste novelas para não enlouquecer.
Quem não enlouqueceria, trabalhando a vida toda, com um único direito, o direito de morrer.
Mesmo com o direito de morrer, o direito à um caixão não lhe é assegurado. Qualquer caixa de madeira resistente, desde que bem decorada, serviria, mas o evento da morte exige mais protocolo que o nascimento.
É preciso deixar claro na morte, que a vida valeu a pena. O pobre não foi honrado em toda a sua vida, mas será na morte.
Aqueles sem dinheiro para comprar um terreno no cemitério, também terão um enterro digno. Depois de algum tempo, seus restos mortais serão desenterrados e ele irá para junto de outros indigentes, como Wellington Menezes, numa vala mais profunda.
Todos os seus dirão: “Esse foi para o céu. Foi um homem honrado, lutou a vida inteira.”
…mas haverão controvérsias, nem todos acreditarão em sua ida para o paraíso.
Isso acontece porque, mesmo depois de passar a vida toda sem nenhum sonho, sofrendo nas filas de hospitais, e tantas outras filas, destinadas aos escravos modernos, o paraíso não lhe será garantido.
Seria muito fácil ir para o céu – pensam – principalmente quem nunca viu uma fila na vida.
Durante o tempo na fila, ninguém tem tempo sequer de refletir sobre os motivos que o levaram ali, quem são os verdadeiros responsáveis por essa miséria.
Mesmo assim, o paraíso não lhe está assegurado.
A Igreja é a franqueadora de Deus, e ela deixa claro que o paraíso não está assegurado a ninguém que não tenha uma vida íntegra.
Eu seria profano também, se eu me perguntasse o que Deus acha disso.
Eu cometo outras heresias, como me perguntar sobre o que é a felicidade, já que o sofrimento conduz ao paraíso, mesmo assim não me contenho.
Cada classe tem um conceito de felicidade: A felicidade de ricos banqueiros é obter financiamentos fraudulentos.
Felicidade de grandes políticos é descobrir uma brecha na lei, onde possam obter mais privilégios, nada que uma medida provisória não resolva.
Enquanto a classe média alta torra o seu dinheiro em butiques, a classe média baixa, apesar de se identificar com a alta, vive como pobre, mas com uma grande vantagem, tem férias uma vez por ano, com direito a viagem para o exterior e tudo – Quem sabe eles não possam conhecer o luxo proporcionado pelos povos ricos, não é mesmo?
Como dizia um grande humorista: “Não é todo mundo que tem o privilégio de ter uma quitinete no centro de São Paulo” – eu sei que dói, mas é engraçado, não é?
Finalizando, fica aqui mais uma frase alheia, originada do pensamento de um grande mestre Lima Barreto.
“O Brasil não tem povo, tem público.”
By Jânio
A era Nerd
Da década de 60 ate a década de 80, os nerds eram como peixes fora d’água, havia muito potencial mas pouca aplicabilidade para todo esse conhecimento. Nessa época, começava a reinar a geração X, pessoas preocupadas com o bem estar do corpo e da mente, paz mundial e a contracultura.
Trinta anos depois, há pouco espaço para as pessoas fortes e saudáveis, sua saúde é mais importante para si mesmo, guerras só para pessoas estúpidas e ignorantes.
Nesses novos tempos, quem começa a reinar é a geração Y e Z. As pessoas com várias habilidades, bons reflexo, capacidade de trabalhar e pensar em grupo, além de domínio com as novas tecnologias.
Nem precisa dizer que a educação continuada faz parte desse admirável mundo novo.
Pessoas que gostam de estudar o tempo todo e com facilidade em tecnologia, nada mais nerd, não é mesmo?
Surgiu até uma nova profissão para ajudar nessa nova adaptação, o personal nerd – Seria esse sujeito antisocial, ou apenas alguém atrapalhado, tímido e sem jeito para relacionamentos.
Essa preocupação não existe mais, na geração pós-punk, todos falam o que pensam, fazem o que gostam, e formam vários pequenos grupos.
Pessoas com várias habilidades tem mais facilidade para acessar melhores financiamentos (a maior parte fica com os políticos), lidar com burocracia, morar em países estrangeiros, adaptar-se a novos costumes e situações.
Noções de psicologia, tecnologia, línguas, rede, corporativismo e muita educação continuada. Até a discriminada educação à distância ganhou seu espaço, em alguns casos é muito mais indicada.
Óculos fundo de garrafa, hoje, já pode ser considerada uma boa carta de apresentação. Apesar de não ser suficiente, o que antes parecia quase impossível, adaptar um nerd à um grupo, hoje isso é de menos, normalmente eles é quem são os líderes.
Sejam bem-vindos ao mundo dos nerds!
By Jânio
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