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As aparências enganam

medo da vida

Talvez ninguém tenha notado,  mas o caso do suicídio de Leila Lopes poderia fazer muita gente pensar sobre um problema moderno, que tem se agravado a nível global, a hipocrisia da classe média alta.

Não é muito raro uma pessoa enlouquecer diante dos vários preceitos, costumes, regras e protocolos que regem a hipócrita classe média alta.

Na classe média alta, é muito comum encontrarmos pessoas sem princípios, vampiros sociais dispostos a sugar até a última gota de sangue de sua vítima, a pessoa mais próxima. A televisão funciona quase como um anestésico, para que as pessoas submetidas as situações adversas não sintam dor.

Estão se tornando comum, pessoas usarem a polêmica como ferramenta de marketing, essa ferramenta adquire uma força muito grande, com uma pequena ajuda da internet. Qualquer escândalo é logo analisado por especialistas, acompanhados caso a caso, avaliando a chance de sucesso das pessoas envolvidas; é como se estivessem dinamitando uma mina de diamante, o único problema é calcular a potência dessa bomba e seus efeitos incertos.

Temos testemunhado vários casos de flagras, às vezes forçados, por paparazzi, indivíduos que não tem a menor noção sobre privacidade, basta uma janela aberta para que se criem um escândalo.

Notando o potencial dessa tendência, algumas celebridades tem espalhado seus flagrantes pela internet, o canal número um em divulgações duvidosas, são muitas as celebridades que se deram muito bem com essa super-exposição íntima.

Antes de se expor a uma situação como essa, a pessoa deveria, no mínimo, fazer uma pequena análise psicológica, isso deveria ser feito por parte das empresas que tem interesse na exploração dessa polêmica.

O caso da Bruna Surfistinha, parece um caso clássico de polêmica que deu certo. O alter-ego de Bruna, não tem o menor constrangimento, nem complexo de culpa, sua posição é bem clara. Ela é vítima da sociedade.

Essa tática funciona muito bem, com uma pequena ajuda da mídia, que também se beneficia, ajuda a sugar um pouco o sangue da vítima.

Cláudia Cadilac, Gretchen, Regininha Poltergeist, todas são grandes exemplos de pessoas que conviviam com a sexualidade à flor da pele, portanto, fazer um filme pornô mudou pouco em suas vidas. Todas elas subiram em suas carreiras, ficaram mais conhecidas, ganharam mais dinheiro em final de carreira.

No caso da Leila, o caminho foi inverso, trabalhou nas maiores empresas de sua área, achou que podia lidar com a questão do escândalo. Não conseguiu.

Em caso de suicídios, a hipocrisia impede que a sociedade consiga identificar sua própria culpa, mas ela fica evidente, para quem quer ver. Todas a pessoas mais próximas tem muita culpa. Diante de uma transformação muito grande, na vida de uma pessoa, ela ficará super-exposta, portanto frágil, os sintomas de instabilidade estarão visíveis, para um olhar mais atento.

No caso de Leila, duas hipóteses poderiam ser verificadas:

Primeira : Ela ficaria longe da família, sugerindo uma certa independência, ficando com a parte psicológica toda comprometida, onde as pessoas mais próximas poderiam ser amigas ou fingirem ser, como é comum na classe média alta. Nesse caso, é como se a pessoa tivesse muitos amigos, mas continua sempre sozinha com seus problemas.

Segunda : Nessa hipótese, ela não se afastaria da família, nem dos amigos; continuaria sua vida normal, como se nada tivesse acontecido. Inconscientemente, sua mente estaria no limite da loucura, onde a pessoa pode agir por impulso, em busca de uma saída para sua mente em chamas, havendo sempre a possibilidade de as pessoas mais próximas cobrarem  um preço, por estarem ao lado de uma pessoa exposta na mídia.

Em qualquer um dos casos, o desfecho será o mesmo: Uma tragédia.

Leila Lopes já era famosa há muito tempo, não era do primeiro time, mas estava sempre bem próxima a isso. Essa vida a colocou ao lado de muita gente importante.

Quando fez o filme pornô, muita gente se viu incomodada com isso, criticou, a sociedade cobrou um preço.

Se na juventude, isso já é difícil lidar, imaginem aos cinquenta anos, quando o cérebro está mais maduro, geralmente em busca do sentido da vida.

Leila Lopes foi encontrada sozinha, em seu apartamento, em suas cartas, ao seu lado, o último pedido de socorro à última pessoa que ela conseguia lembrar: Deus.

Ao seu lado, antidepressivos mostram como deveria ser sua vida, o veneno de rato completa o cenário de loucura, de ato impulsivo, que poderia ser pensado mil vezes, mesmo assim continuaria sendo impulsivo.

Sua afirmação, de que não se matou, mas que foi em busca de Deus, pode ser facilmente interpretado.

“Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele”

“É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz!”.

Além do texto acima, a atriz afirmava ter sido guerreira, não ter mais objetivos na vida, estar cansada, apesar de ter dinheiro suficiente para viver. Disse que Deus a perdoaria por ter tirado a própria vida e que queria paz.

Os sintomas são bem claros, de instabilidade emocional, seu lado psicológico estava no limite, de acordo com os trechos da carta, divulgado a imprensa.

Ela sempre deixava claro a impossibilidade de conseguir papéis em televisão, ela nunca olhou em baixo da ponte, onde muitas pessoas passam fome, junto com toda a família. Isso mostra que ela sentia necessidade de mostrar uma imagem para a sociedade, imagem que ela manteve até o fim, apesar de suas palavras denunciarem uma mente sofrida.

By Jânio

dezembro 10, 2009 - Posted by | Reflexões | , , , , , , , , ,

18 Comentários »

  1. Um ponto de vista interessante. Parabéns.

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    Comentário por adpereira | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Olá Pereira;

      Quando aprendemos com as experiências dos outros, como foi o caso da Leila Lopes, a experiência pode ser menos desgastante para nós.

      ABS

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      Comentário por Janio | dezembro 11, 2009 | Responder

  2. Sempre amigo sempre vai enganar, pois a maioria vende aparencias falsas, por esa razão em muito poucas pessoas podemos depositar confianção, graças as aparências que sempre são enganosas.
    Abraços forte

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    Comentário por Principe Encantado | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Olá amigo.

      Eu concordo com você num ponto: Nós temos poucos amigos, poucas pessoas estarão conosco nas horas difíceis.

      Por outro lado, é fácil identificar um amigo de verdade, afinal de contas, se você se encontra numa cama doente, poucos te procurarão.

      Isso mostra como estamos sempre nos aproximando das pessoas erradas. Muitas pessoas de má índole, sabem escolher melhor seus amigos; na minha opinião, os bandidos, pelo fato de serem marginalizados, são mais solidários.

      Um grande abraço

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      Comentário por Jânio | dezembro 11, 2009 | Responder

  3. Jânio,

    Parabéns pela excelente matéria.

    A Leila Lopes foi mais uma das muitas vítimas desta sociedade desumana e injusta, que acolhe para si as pessoas, enquanto estas podem gerar lucros, fama, glória, escândalos que reverteram em manchetes das mais importantes revistas e jornais etc…

    O problema maior, ao meu ver, foi a depressão de que Leila era acometida, e essa depressão, com a sua auto-estima em baixa, fez com que ela quisesse sair de cena e continuar sendo evidenciada através da mídia, coisa que ela sabia não conseguir se estivesse viva.

    Foi uma pena, pois tirar a própria vida é um grande pecado, pois somente Deus tem esse poder, pois Ele dá e tira quando bem entender.

    Adorei!

    Bjs.

    Rosana.

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    Comentário por Rosana Madjarof | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Olá Rosana.

      A questão do pecado, eu nem analisei, afinal, envolveria muitas questões, além dos próprios problemas da Leila.

      Veja bem, a leila sendo a vítima, ela foi fraca, mesmo assim fica difícil para nós julgarmos sua culpa, a culpa é nossa mesmo, e começa quando julgamos seus atos, aí, levamos ela ao suicídio.

      As pessoas, depois de uma certa idade, costumam ver tudo com muita naturalidade, por mais errado que uma pessoa esteja, por isso conversar com uma pessoa bem mais velha, acaba sendo quase uma terapia, eu sempre tive essa sorte.

      Para vermos os pecado de Leila, teríamos que ver, primeiro, os nossos, como sociedade, não sei se poderíamos conviver com nossos pecados, assim, como dizia uma amigo meu: “Melhor acreditar que ela saiu do inferno e entrou no paraíso”, isso simplifica tudo. Era isso o que ela queria.

      ABS

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      Comentário por Jânio | dezembro 11, 2009 | Responder

  4. Jânio querido,

    Muito bom o texto!

    Somos cobrados o tempo inteiro para que sigamos padrões que

    a sociedade impõe, padrões comportamentais, de beleza etc…

    Infelizmente nem todos conseguem lidar bem com isso e

    acabam por desenvolver transtornos comportamentais.

    Muito triste o desfecho da vida dessa atriz!

    Parabéns pelo post!

    Abração,

    Bia

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    Comentário por Bia | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Obrigado Bia.

      Seja bem-vinda, de volta ao blog.

      É um acontecimento triste, ninguém esperava, a Leila já estava para fazer o terceiro filme, por dinheiro, como as atrizes famosas costumam afirmar.

      O ato dela foi, claramente, impulsivo, já que ela conseguira o dinheiro que, supostamente, queria, com muitas coisas por fazer.

      Todos nós temos atos impulsivos, o tempo todo, na adolescênci, época mais complicada da vida, o que não era, evidentemente, o caso da Leila, mas caconteceu.

      ABS

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      Comentário por Janio | dezembro 11, 2009 | Responder

  5. Oi Janio, realmente você tem razão… as pessoas precisam pensar sobre tudo isso….
    abs

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    Comentário por ana lucia nicolau | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Olá Ana.

      É isso mesmo. Quando você está com problemas, esse é o melhor momento para você ver quem são os seus amigos, avaliar como está a sua vida e o que você espera dela.

      Daí surge a expressão: “Há males que vem para o bem”, esse é o momento em que nós, verdadeiramente, amadurecemos.

      ABS

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      Comentário por Jânio | dezembro 11, 2009 | Responder

  6. Saudações!
    Amigo Jânio,
    Excelente Post!

    Gostei muito de seu texto, em especial abordagem feita sobre a vida das personalidades em tela.
    Provavelmente amigo, as verdadeiras razões que a levaram a cometer a grande falha ninguém terá conhecimento, ela levou no secreto do coração.
    Parabéns pelo excelente Post!
    Abraços fraternos,
    LISON.

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    Comentário por LISONN | dezembro 10, 2009 | Responder

    • Olá Lisonn.

      Infelizmente, concordo com você, quanto mais tentamos aprender sobre as pessoas e com as pessoas, mais aprendemos sobre nós mesmos, assim é a vida.

      Enquanto fica difícil apender, por nossa própria experiência, pelo fato de estarmos muito envolvidos, a perspectiva muda, quando vemos tudo do lado de fora.

      Abraços amigo.

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      Comentário por Jânio | dezembro 11, 2009 | Responder

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  11. Não sei se é falácia ou não, mas fiquei sabendo na época do suicídio, que ela sofria de uma doença que causava dores em todo o corpo, o tempo todo e por isso ela fez esta escolha.

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    Comentário por lorem | maio 2, 2014 | Responder

    • Ola lorem:

      Não é de se duvidar não, afinal, ela já tinha feito tratamento e estava com muito medo.

      Ela não era do meio pornô e entre os amigo dela, deve ter ficado sem apoio nessa hora tão difícil.

      ABS

      Curtir

      Comentário por icommercepage | maio 2, 2014 | Responder


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